
Não é de hoje que o mercado paralelo de documentação veicular movimenta cifras absurdas no Brasil. Mas o que a polícia descobriu recentemente vai além do imaginado — uma rede organizada que, segundo investigações, atuava como um "atalho" para legalizar o ilegal.
Detalhes da operação mostram que os suspeitos — alguns com conexões em órgãos públicos — cobravam entre R$ 3 mil e R$ 10 mil para "esquentar" documentos de veículos roubados ou com irregularidades. Um verdadeiro balcão de negócios clandestino.
Como funcionava o esquema?
Parecia simples, mas tinha método:
- Clientes chegavam com problemas na documentação
- Intermediários faziam a ponte com funcionários corruptos
- Pagamentos eram feitos em espécie ou por laranjas
- Em poucos dias, o "problema" desaparecia como mágica
"Era como um fast-food da ilegalidade — rápido, eficiente e caro", comentou um delegado que pediu para não ser identificado.
Operação fecha cerco
Depois de meses de investigação discreta (e muita paciência), a polícia finalmente agiu. Na última terça-feira, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos suspeitos.
Entre o material apreendido:
- Dezenas de formulários adulterados
- Computadores com dados sigilosos
- Anotações detalhando transações
- Pacotes com dinheiro não declarado
O que mais chamou atenção? A audácia. Alguns veículos "legalizados" pelo esquema estavam envolvidos em acidentes graves — e ninguém havia percebido a fraude até então.
"Isso coloca em risco toda a sociedade", alerta o promotor responsável pelo caso. "Um carro com documento falso é uma arma circulando livremente."
Enquanto isso, os investigados — entre eles supostos "laranjas" e funcionários públicos — já começam a sentir o peso da lei. Resta saber quantos outros esquemas similares ainda operam nas sombras do sistema.