
Era mais um dia comum em Araguatins, até que a poeira levantada pelas viaturas policiais anunciou: algo grande estava acontecendo. A cidade, que mal completara seu café da manhã, se viu no centro de uma investigação que mistura gasolina suspeita e gado desaparecido — uma combinação no mínimo curiosa.
A Polícia Civil, com aquele faro que só quem trabalha há décadas na região conhece, desmonta aos poucos uma operação que parece saída de roteiro de filme. De um lado, postos que vendem combustível de origem duvidosa — desses que fazem o motor do carro tossir. Do outro, bois que simplesmente evaporam das propriedades rurais.
O esquema do combustível
Não é de hoje que circulam rumores sobre gasolina "baratinha" na região. Mas a coisa é séria: estamos falando de um esquema organizado, com direito a caminhões-tanque fazendo entregas na calada da noite. Os fiscais encontraram até tanques subterrâneos — coisa de filme de espionagem, só que bem menos glamourosa.
"Quando você vê o preço muito abaixo do mercado, desconfie", diz um agente que prefere não se identificar. "Esses combustíveis adulterados são bombas-relógio para os veículos."
O sumiço do gado
Enquanto isso, nas fazendas da região, um mistério: bois que somem como se nunca tivessem existido. A polícia suspeita que os animais estejam sendo levados para outros estados — um transporte noturno, rápido, sem deixar rastros.
"É impressionante a ousadia", comenta um pecuarista local, ainda abalado. "Na semana passada, sumiram 15 cabeças de uma só vez. Como fazem isso sem deixar pistas?"
O que diz a polícia
Os investigadores estão fechados como concha. Sabem que qualquer informação vazada pode colocar em risco meses de trabalho. Mas confirmam: as duas operações podem estar conectadas. Afinal, combustível barato ajuda no transporte do gado roubado, não é mesmo?
Enquanto isso, Araguatins respira apreensão. A cidade, normalmente tranquila, agora vive entre cochichos e olhares desconfiados. Quem será que está por trás disso tudo? A resposta pode estar mais perto do que imaginam.