
Numa jogada que parecia saída de um roteiro de filme policial, a Polícia Federal acabou com um esquema tão engenhoso quanto arriscado. O golpe? Trocar etiquetas de malas despachadas em voos para a Europa — uma artimanha que, por um tempo, conseguiu enganar até os sistemas de segurança mais apurados.
O líder da quadrilha, preso nesta semana, tinha um plano aparentemente infalível: enquanto passageiros desavisados embarcavam com suas bagagens legítimas, a equipe do criminoso redirecionava malas recheadas de cocaína usando etiquetas adulteradas. "Era como um jogo de espelhos", comentou um delegado envolvido na operação, que preferiu não se identificar. "Só que, no final, o espelho quebrou."
Como funcionava o esquema
Detalhes da investigação revelam uma operação quase industrial:
- As malas com drogas eram despachadas por "laranjas" em voos domésticos
- Em determinado momento do trajeto, as etiquetas eram substituídas por cópias perfeitas de bagagens com destino à Europa
- Enquanto isso, os passageiros originais viajavam sem suspeitar que suas identificações de bagagem haviam sido clonadas
Não era exatamente um plano maluco — até porque funcionou por meses, segundo as investigações. Mas como diz o ditado, toda roupa suja acaba indo parar no varal. E dessa vez, o "varal" foi uma operação conjunta entre a PF e autoridades europeias.
O desfecho
Quando os agentes bateram à porta do suspeito, ele estava — ironicamente — fazendo as malas para uma viagem. Não deu tempo nem de fechar o zíper. Além do líder, outros cinco integrantes do grupo foram detidos em flagrante, com equipamentos de falsificação e uma quantidade "que daria para animar uma festa em Ibiza", nas palavras pouco técnicas de um policial.
O que chama atenção é a ousadia do método. Num momento em que os aeroportos investem milhões em tecnologia de rastreamento, os criminosos apostaram no velho truque da "troca de etiquetas" — algo que qualquer um que já perdeu uma mala poderia ter imaginado. Só que, no lugar de roupas e souvenirs, o conteúdo era um pouco mais... energético.
Pra quem acha que crime não paga, eis aí mais um capítulo didático. A PF estima que o prejuízo financeiro da quadrilha — sem contar os danos sociais óbvios — passa dos R$ 50 milhões. Agora, o que era um negócio milionário virou caso de polícia. Literalmente.