Operação apreende toneladas de cosméticos ilegais em Uberaba: risco à saúde e prejuízo milionário
PF apreende cosméticos ilegais em Uberaba; risco à saúde

Era um dia comum em Uberaba até que agentes da Polícia Federal e da Receita Federal abriram as portas de um galpão discreto no bairro industrial. O que encontraram? Uma verdadeira fábrica de ilusões — milhares de frascos de cremes, perfumes e maquiagens prontos para inundar o mercado brasileiro. Só que havia um detalhe: tudo irregular.

"Parecia um estoque de loja de departamentos, mas era puro contrabando", conta um agente que preferiu não se identificar. Os produtos — muitos com embalagens luxuosas e nomes famosos — não tinham registro na Anvisa. Alguns, pasme, vinham até com manual em russo e chinês.

Risco à saúde disfarçado de beleza

Especialistas alertam: usar esses produtos é como jogar roleta russa com a pele. "Já vimos casos de alergias graves, queimaduras químicas e até intoxicações", diz a dermatologista Dra. Luísa Mendonça. A fiscalização encontrou substâncias proibidas em vários itens — desde corantes cancerígenos até conservantes acima do limite permitido.

E o prejuízo? Calcula-se que só essa apreensão represente mais de R$ 3 milhões em mercadorias. "Isso é só a ponta do iceberg", comenta o delegado responsável pela operação. "O comércio ilegal de cosméticos movimenta bilhões por ano no país."

Como identificar produtos piratas

  • Preço absurdamente abaixo do mercado — se parece bom demais pra ser verdade, provavelmente é
  • Falta do selo da Anvisa (aquele número de registro que começa com 2.5xxxx)
  • Embalagens com erros de ortografia ou informações truncadas
  • Textura, cor ou cheiro diferentes do produto original

Agora vem a pergunta que não quer calar: quem compra esses produtos sabendo dos riscos? "Muita gente nem desconfia", explica o agente fiscal. "Os contrabandistas são experts em enganar — usam caixas idênticas às originais, só que por dentro..." Bem, melhor nem pensar.

A operação — batizada de "Belle Époque" com certo humor negro — continua. Os investigados podem responder por crimes contra as relações de consumo, contrabando e formação de quadrilha. Enquanto isso, os produtos apreendidos seguem para incineração. Afinal, beleza sem segurança é pura farsa.