
Numa ação que parece saída de um roteiro de filme policial, a Polícia Civil de São Paulo desbaratou nesta segunda-feira (18) uma oficina clandestina de armas em Praia Grande, litoral sul paulista. O local, que funcionava disfarçado de inofensiva garagem residencial, escondia um verdadeiro arsenal — coisa de fazer até o mais experiente delegado levantar a sobrancelha.
O alvo principal? Um homem de 42 anos, pego com as mãos na massa — ou melhor, nas ferramentas — enquanto ajustava o mecanismo de um revólver calibre 38. Segundo os agentes, o suspeito não era nenhum amador: as peças apreendidas mostravam acabamento profissional, indicando que a "oficina" já vinha operando há algum tempo.
O que a polícia encontrou
Entre martelos e chaves de fenda que qualquer mecânico teria em sua bancada, os investigadores descobriram:
- 3 revólveres prontos para uso
- 5 armas em fase final de montagem
- Dezenas de componentes para fabricação de novas armas
- Equipamentos de precisão que fariam inveja a muitas oficinas autorizadas
"Isso aqui não era um amador fazendo arma pra vender no boteco da esquina", comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. "O nível de organização impressiona — e preocupa."
Operação silenciosa
Diferente das cenas barulhentas que vemos na TV, a prisão aconteceu sem troca de tiros ou perseguições dramáticas. Após semanas de investigação discreta — aquelas que ninguém nota, mas que rendem os melhores resultados —, os policiais cercaram o local e prenderam o suspeito sem resistência.
O homem, que já tem passagem pela polícia por outros crimes (mas nada tão sério quanto isso), foi levado para a delegacia sob acusação de fabricação e comércio ilegal de armas. Se condenado, pode pegar até 15 anos de prisão — tempo suficiente para repensar suas escolhas profissionais.
Enquanto isso, os moradores da região, que sempre achavam estranho o movimento constante na garagem, agora dormem um pouco mais tranquilos. "A gente desconfiava, mas nunca imaginou que fosse coisa tão pesada", confessou uma vizinha, que pediu para não ser identificada. "Pensava que era só mais um mecânico fazendo bico."
A operação faz parte de uma estratégia maior para combater o tráfico de armas no litoral paulista — problema que, segundo especialistas, tem ligação direta com o aumento da violência na região. E pelo visto, a polícia está de olho: novas ações como essa já estão sendo planejadas.