
O caso que já tinha tudo para ser um thriller político-policial acaba de ganhar capítulos ainda mais explosivos. Novas conversas, interceptadas pela justiça, jogam luz sobre a teia de relações entre o poder e o crime no Rio. E olha, a coisa é séria.
Desta vez, as gravações mostram Thomaz Costa, aquele ex-assessor que já está no centro do furacão, mantendo diálogos diretos com integrantes de uma facção criminosa. Os papos não são nada amistosos – tratam de logística, operações e, pasmem, até de orientações.
O que dizem as escutas?
Pois é. Segundo apurou o G1, as ligações foram feitas entre março e abril do ano passado. E não foram poucas. Em uma delas, Costa discute abertamente a movimentação de integrantes do tráfico dentro de uma comunidade. Noutra, o tom é mais direto: fala-se em "acerto de contas" e "resolução de problemas".
Não é de hoje que a justiça suspeita que Costa agia como uma espécie de "ponte" entre políticos e a milícia. Agora, com essas novas provas, a investigação dá um salto. A defesa do ex-assessor, claro, nega tudo. Diz que as conversas foram tiradas de contexto e que ele é vítima de uma perseguição política. Será?
As peças que faltavam
O que me deixa pensativo é o timing de tudo isso. Essas interceptações são parte do inquérito das milícias digitais, que investiga justamente a aliança entre grupos criminosos e agentes públicos. E olha, não é só Costa que está na mira.
- As conversas mencionam nomes de outros investigados;
- Há indícios de que o esquema ia além do Rio;
- Autoridades teriam sido alertadas sobre essas movimentações.
O Ministério Público Federal (MPF) agora cruza esses dados com outros já existentes. E acredite: o quebra-cabeça está começando a fazer sentido. E um sentido assustador.
Não vou mentir: a sensação é de que estamos diante da ponta de um iceberg gigantesco. E no Rio, iceberg tem fundo sujo e perigoso. Resta saber quem mais está envolvido nessa trama – e até onde ela vai chegar.