
Numa ação que parece saída de roteiro de filme policial, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Belo Horizonte botou o pé no acelerador e desmontou — com trocadilho proposital — um esquema que tirava o sono de motociclistas da capital mineira. Um homem, cujo nome ainda não foi divulgado (mas que, segundo fontes, já era "conhecido" das autoridades), foi preso nesta segunda-feira (5) com as mãos na massa — ou melhor, nas motos desmontadas.
O caso tem gosto de déjà vu: motos roubadas sumiam do mapa e reapareciam em peças separadas, como um quebra-cabeça sem manual de instruções. Só que dessa vez, a polícia seguiu o rastro de óleo — literalmente — até uma oficina clandestina no bairro São Gabriel, zona leste da cidade.
Como o esquema funcionava?
Parece coisa de filme B, mas era pura realidade:
- As motos roubadas chegavam de madrugada, quando até os cachorros da vizinhança fingiam dormir
- Um time especializado — que incluía até "mecânicos" com experiência em desmontar veículos em tempo recorde — separava as peças como frango no açougue
- O que era identificável sumia no banho de ácido, enquanto motores e outras peças valiosas seguiam para um mercado paralelo que movimentava milhões
"Era uma linha de produção do crime", resumiu um delegado que pediu para não ser identificado — talvez com medo de virar peça do próximo desmanche.
O que a polícia encontrou?
A cena era digna de ferro-velho pós-apocalíptico:
- 15 motos em vários estados de "desmontagem" — algumas parecendo vítimas de zumbis mecânicos
- Peças que dariam para montar um quebra-cabeças de 50 motos diferentes
- Ferramentas industriais que fariam inveja a oficinas legais
- Documentos adulterados com uma qualidade que deixaria até grafiteiros de rua com inveja
O suspeito — que, segundo vizinhos, sempre dizia "trabalhar com reciclagem" — agora recicla explicações na delegacia. Se condenado, pode trocar as ferramentas por grades.