Homem é executado a tiros e queimado no Rio: milícias em foco da polícia
Homem executado e queimado no RJ; polícia mira milícias

Não foi um acordar tranquilo para os moradores da Zona Oeste carioca. Na madrugada desta segunda (11), um homem — ainda não identificado — virou estatística da violência que assombra a cidade. Baleado e, depois, queimado como se fosse lixo. A cena daria um roteiro de filme noir, mas é a pura realidade do Rio.

A polícia chegou ao local por volta das 4h30, depois de ligações anônimas falando em «cheiro de carne queimada». O que encontraram? Um corpo irreconhecível, carbonizado, com marcas de tiros antes do fogo. Detalhe macabro: o assassino (ou assassinos) deixou uma espécie de «cenário» — gasolina espalhada, trapos, tudo muito metódico.

Milícias na mira

Os investigadores não batem o martelo, mas sussurram nos corredores: tem cheiro de milícia. «Parece execução, não briga de tráfico», comenta um delegado que pede para não ser nomeado. A região, sabe-se, é disputada por esses grupos que misturam «segurança» com extorsão e morte.

E o que dizem as testemunhas? Quase nada. O medo fala mais alto. Um comerciante da área soltou, entre dentes cerrados: «Aqui é terra de quem manda. Quem viu, não viu.» Frase que, no Rio, vale mais que qualquer laudo pericial.

Padrão que se repete

Não é a primeira vez. Em 2023, três corpos apareceram queimados em Guadalupe — mesma modus operandi. A diferença? Desta vez, o crime ocorreu a menos de 500m de uma base policial. «Isso aqui tá virando faroeste», resmunga um agente, enquanto recolhe as cápsulas de bala.

Enquanto isso, a família da vítima (se é que alguém a reconhecerá) deve ficar sabendo pela TV. A polícia promete «apuração rigorosa», mas todo carioca já sabe como termina essa novela. Ou não termina.