Há exatamente 50 anos, em um dos presídios mais temidos do Rio de Janeiro, nascia uma organização que mudaria para sempre o cenário do crime organizado no Brasil. O Comando Vermelho (CV) surgiu no antigo Instituto Penal Cândido Mendes, conhecido como "Caldeirão do Inferno", na Ilha Grande.
As Origens no Presídio da Ilha Grande
Em 1975, dentro das celas superlotadas do presídio, um grupo de detentos começou a se organizar. A motivação inicial era simples: proteção mútua contra a violência do sistema carcerário e contra grupos rivais.
O local não poderia ser mais simbólico - o Caldeirão do Inferno era considerado uma das piores prisões do país, onde condições desumanas e violência eram parte do cotidiano.
Da Proteção ao Poder
O que começou como uma associação para defesa coletiva rapidamente evoluiu para algo muito maior. Os fundadores do CV estabeleceram princípios que incluíam:
- Proteção aos presos comuns contra abusos
- Organização hierárquica bem definida
- Código de conduta entre membros
- Expansão das atividades criminosas
A Expansão Para as Ruas
Com a libertação de alguns de seus membros fundamentais, o Comando Vermelho transcendeu os muros da prisão e começou a estabelecer domínio sobre o tráfico de drogas nas favelas cariocas.
Nos anos 80, a facção já controlava pontos estratégicos do narcotráfico no Rio de Janeiro, implementando um modelo de negócios criminoso que se mostraria extremamente eficiente.
O Legado de 50 Anos
Meio século depois, o Comando Vermelho se tornou uma das organizações criminosas mais poderosas do Brasil, com ramificações em diversos estados e até internacionalmente.
A megaoperação que teve a facção como alvo recentemente demonstra que, mesmo após 50 anos, o CV continua sendo um dos principais desafios para a segurança pública no Rio de Janeiro e no país.
A história do Comando Vermelho é um capítulo fundamental para entender a evolução do crime organizado brasileiro e suas complexas relações com o sistema prisional e as comunidades.
