
Não era um policial, mas vestia a farda como se fosse. Num golpe de audácia que beira o surreal, um chefe de facção agia tranquilamente pelas ruas de Fortaleza usando uniforme e identidade falsa da Polícia Militar. A máscara caiu quando uma ordem de assassinato expôs o esquema.
Segundo investigações, o criminoso — cujo nome não foi divulgado por questões estratégicas — se aproveitava da falsa identidade para circular sem levantar suspeitas. "Ele tinha acesso a informações privilegiadas e se movia como peixe na água", revelou um delegado que pediu anonimato.
O crime que desmontou a farsa
Tudo começou a desmoronar após um homicídio brutal no bairro Messejana. A vítima, ligada a facções rivais, foi executada a sangue frio. Nas investigações, surgiram indícios de que o mandante usava credenciais policiais para coordenar crimes.
"Quando descobrimos que o 'PM' que aparecia em vários pontos da cidade era na verdade um criminoso, foi um baque", admitiu um agente envolvido no caso. A farsa durou meses antes de ser descoberta.
Operação de prisão
Numa ação coordenada entre a Polícia Civil e o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o falsário foi capturado num condomínio de luxo na região metropolitana. No local, encontraram:
- Dois uniformes completos da PM
- Documentação falsificada
- Armas de grosso calibre
- Aparelhos de escuta ilegal
O que mais chocou os investigadores foi o nível de sofisticação da falsificação. "Não era qualquer amadorismo — os documentos pareciam reais até para olhos treinados", comentou o delegado-chefe.
Rede criminosa
Evidências sugerem que o esquema não se limitava a um único indivíduo. Há suspeitas de conivência dentro da própria corporação, embora autoridades neguem veementemente. "Estamos apurando cada ponta solta", garantiu o secretário de Segurança.
Enquanto isso, na periferia de Fortaleza, moradores reagem com misto de indignação e alívio. "A gente sempre desconfiou que tinha coisa errada, mas quem vai questionar um 'PM'?", questiona uma comerciante que prefere não se identificar.
O caso escancara uma realidade perturbadora: quando a linha entre policial e bandido se dissolve, quem protege a população fica sem referências. Resta saber quantos outros "falsos PMs" ainda agem nas sombras da capital cearense.