Como os cartéis latino-americanos estão lavando dinheiro com criptomoedas
Cartéis usam criptomoedas para lavar dinheiro do crime

Os cartéis de drogas e outras organizações criminosas da América Latina estão encontrando nas criptomoedas uma forma sofisticada de lavar dinheiro ilícito. Segundo investigações recentes, esses grupos vêm utilizando ativos digitais para ocultar os lucros obtidos com o tráfico de drogas, armas e outros crimes.

O mecanismo por trás da lavagem

As autoridades identificaram pelo menos três métodos principais usados pelos criminosos:

  • Mixers de criptomoedas: serviços que "misturam" fundos ilegais com transações legítimas para dificultar o rastreamento
  • Exchanges não regulamentadas: plataformas que não exigem identificação dos usuários para conversão entre moedas digitais e tradicionais
  • Investimentos em NFTs e tokens: compra de ativos digitais superfaturados para "limpar" grandes quantias de dinheiro

Desafios para as autoridades

O anonimato relativo das transações com criptoativos e a natureza global desses mercados criam obstáculos significativos para as agências de combate ao crime. "Estamos numa corrida tecnológica contra organizações que investem pesado em inovação para burlar a lei", afirma um delegado da Polícia Federal que preferiu não se identificar.

Casos recentes

Nos últimos 12 meses, operações policiais no Brasil, Colômbia e México já apreenderam o equivalente a mais de R$ 500 milhões em criptomoedas vinculadas a esquemas de lavagem. Entre os casos mais emblemáticos está a descoberta de uma rede que usava jogos de azar online para converter dinheiro do narcotráfico em Bitcoin.

Especialistas alertam que, à medida que as criptomoedas se tornam mais populares, os criminosos refinam seus métodos, exigindo maior cooperação internacional e atualização constante das técnicas de investigação.