
Era pra ser mais um transporte comum pela BR-230, mas o que os fiscais encontraram virou caso de polícia. Um caminhão aparentemente normal escondia um tesouro alcoólico: 4.152 garrafas de bebidas de marcas famosas, todas sem documentação. O valor? Nada menos que R$ 322 mil circulando fora dos radares.
— Quando abrimos o compartimento, era como encontrar a adega particular de um magnata — contou um agente, que pediu pra não ser identificado. — Garrafas de whisky, vodca, gin... Tudo muito bem arrumado, mas zero papelada.
Operação surpresa na rodovia
Por volta das 14h de terça (15), a equipe da Receita Estadual fez a abordagem de rotina. O que começou como vistoria comum virou apreensão recorde no ano. O motorista — esse, coitado, parecia mais perdido que cego em tiroteio — não soube explicar a origem da mercadoria.
- Detalhe curioso: as bebidas estavam camufladas atrás de uma carga de materiais de construção
- Origem suspeita: embalagens sugerem fabricação em outro estado, sem impostos pagos no Pará
- Modus operandi: especialistas acreditam que a carga seria distribuída em bares e adegas da região
Pra você ter ideia, só de ICMS sonegado, o estado deixa de arrecadar o suficiente pra pavimentar quilômetros de estrada vicinal. E olha que isso é só a ponta do iceberg — o esquema deve envolver bem mais gente.
O que acontece agora?
Enquanto as bebidas vão pro depósito (onde, ironicamente, ficarão sob vigilância 24h), o caso virou quebra-cabeça pra delegacia de crimes financeiros. Duas frentes de investigação:
- Rastrear a rede de fornecedores — quem produz, quem transporta, quem compra
- Mapear os pontos de venda que costumam receber esse tipo de mercadoria
— Já temos pistas quentes — adiantou o delegado responsável, sem dar detalhes pra não atrapalhar as investigações. — Mas posso dizer que essa apreensão cortou o fluxo de uma operação bem organizada.
Morador da região há 20 anos, o comerciante José Alves comenta: "Todo mundo sabe que rola muito contrabando, mas dessa vez pegaram no flagra. Tomara que sirva de exemplo". Ele mesmo já sofreu concorrência desleal de estabelecimentos que vendem bebidas mais baratas — e agora se pergunta se não era produto desse mesmo esquema.