Um caso de violência ocorrido no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do bairro Alvorada, em Manaus, trouxe à tona o passado criminal de um ex-acadêmico de Medicina. Adriel Martins das Neves, suspeito de agredir a filha de uma paciente no último sábado (27), havia sido expulso da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em 2021, após um processo administrativo que o enquadrou em caso de estupro consumado contra uma colega de curso.
Expulsão da UEA por estupro em 2021
Conforme apuração da Rede Amazônica, a expulsão de Adriel Martins das Neves do curso de Medicina da UEA está diretamente ligada a uma denúncia de estupro registrada em 2021. O processo administrativo disciplinar da universidade apurou que o fato ocorreu após uma festa de confraternização do internato.
O então estudante teria levado uma colega de curso para o apartamento que alugava, localizado perto da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA). De acordo com os elementos do processo, a vítima consentiu em ficar no local, mas não autorizou a relação sexual, por motivos pessoais e religiosos.
O relatório da UEA aponta que Adriel agiu com violência e fez ameaças antes, durante e depois do ato. Com base nessas conclusões, a universidade enquadrou o caso como estupro consumado no âmbito administrativo e decretou a exclusão do aluno. A decisão foi publicada na Portaria nº 304/2021, de junho de 2021.
Adriel tentou reverter a expulsão por meio de um pedido liminar, mas a medida foi derrubada pela justiça. Em nota, a UEA informou que não mantém qualquer vínculo com o ex-estudante.
Nova agressão no SPA do Alvorada
O nome de Adriel voltou a ser citado em um episódio de violência registrado no SPA do Alvorada. Ele é apontado como suspeito de agredir a filha de uma paciente durante um atendimento médico. A confusão começou quando a mulher filmava o atendimento prestado à sua mãe e escalou para um confronto verbal e físico.
Investigou-se que Adriel atuava de forma irregular na unidade de saúde. A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) confirmou que ele não possui vínculo empregatício com a pasta e nem autorização para atuar como estagiário ou em qualquer outra função no local.
Consequências e investigações
Em resposta ao ocorrido, a SES-AM determinou o afastamento por 30 dias do médico Juan Carlos Guzman Marapara, responsável pelo plantão na ocasião. A medida foi tomada porque o profissional levou um auxiliar não autorizado para atuar na unidade, configurando descumprimento contratual.
Além do afastamento, o médico responderá por uma infração ética. A secretaria também instaurou uma ação sancionatória, que pode resultar em multas, suspensão de contratos ou impedimento de novas contratações.
A SES-AM emitiu nota repudiando qualquer ato de violência e afirmando que colabora com as investigações policiais. O caso segue em apuração, e o portal g1 tenta contato com os envolvidos para obter mais informações.