
Eis uma daquelas histórias que fazem a gente parar e pensar: será que a lei enxerga todos os matizes da vida real? Na Baixada Santista, um rapaz foi detido com pés de maconha em casa — coisa que, convenhamos, normalmente levaria a um belo de um problema na justiça. Mas aí veio a reviravolta.
O cara — vamos chamá-lo de Rafael pra preservar a identidade — não negou o cultivo. Pelo contrário. Disse logo de cara que aquelas plantinhas verdes eram pra ajudar a avó, uma senhora de 78 anos que sofre com Alzheimer. "Doutor, eu juro que não é pra vender", teria dito ele, segundo relatos. "É pra fazer o óleo que alivia os sintomas dela."
O que diz a lei?
Pra quem não sabe (e muita gente não sabe mesmo), desde 2015 o Brasil permite o uso medicinal de derivados da cannabis — mas com um monte de regras e burocracias que deixam o processo mais lento que fila de INSS. Cultivar por conta própria? Aí já é outra história. Tecnicamente, ainda é crime. Mas...
O juiz responsável pelo caso deu uma olhada nos exames médicos da idosa, viu que o neto realmente tentava ajudar, e soltou o Rafael com uma advertência. "Não é passe livre", deixou claro o magistrado. "Mas diante das circunstâncias humanitárias..."
E agora?
O caso reacende o debate sobre:
- Como a justiça lida com situações que não são preto no branco
- A dificuldade de acesso a medicamentos à base de cannabis no SUS
- O dilema de famílias que recorrem a "gambiarras" legais pra cuidar dos seus
Enquanto isso, a avó de Rafael continua seu tratamento — agora com o neto em casa pra ajudar. E a discussão? Bem, essa vai longe. Afinal, quantos casos como esse ainda vão aparecer antes que a legislação acompanhe a realidade das famílias brasileiras?