
O silêncio no tribunal de Cuiabá nesta quarta-feira (7) era quase palpável. Dois homens — pai e filho — sentaram-se no banco dos réus, encarando o peso de uma acusação que deixou a cidade em estado de choque: a morte de Heloísa, uma garota de apenas 16 anos.
O caso, que já vinha sendo investigado há meses, finalmente chegou ao júri popular. E não é exagero dizer que a atmosfera estava carregada. Familiares da vítima, com olhos vermelhos e mãos trêmulas, aguardavam do outro lado da sala. A tensão? Cortável com faca.
Os detalhes que arrepiaram a cidade
Segundo as peças do processo — e aqui a coisa fica ainda mais sombria —, os acusados teriam mantido a adolescente em cativeiro antes do crime. Motivo? Aparentemente, uma dívida não paga pelo irmão dela. Sim, você leu certo. Uma vida trocada por dinheiro.
O delegado responsável pelo caso, em entrevista coletiva no ano passado, chegou a usar a palavra "barbárie". E depois de ver as provas, fica difícil discordar. Mensagens trocadas entre os réus, testemunhas que ouviram gritos, até marcas no corpo da jovem... Tudo foi meticulosamente apresentado.
O que esperar do júri?
Os advogados de defesa — dois dos mais caros da região, diga-se — estão apostando em uma estratégia curiosa: alegam que não havia intenção de matar. "Foi um acidente durante uma discussão", afirmou um deles, enquanto ajustava a gravata. O Ministério Público, claro, torce o nariz. "Há planejamento e crueldade", rebate o promotor.
Ah, e tem um detalhe que não pode passar batido: um dos réus já tinha passagem pela polícia. Por agressão. Coincidência? O júri vai decidir.
Enquanto isso, nas ruas de Cuiabá, o caso virou assunto de boteco. "Isso aqui tá parecendo faroeste", comentou um taxista, enquanto dirigia pelo centro. Nas redes sociais, a hashtag #JustiçaParaHeloísa já tinha mais de 50 mil menções na última checagem.
O veredito? Só nos próximos dias. Mas uma coisa é certa: esse caso já deixou marcas profundas na comunidade. E não são só as judiciais.