Padre é investigado por racismo religioso na Paraíba: entenda o caso
Padre é investigado por racismo religioso na PB

Um padre está no centro de uma investigação policial na Paraíba — e o motivo não tem nada a ver com o que você normalmente esperaria de um caso envolvendo religiosos. Dessa vez, a questão é séria: racismo religioso.

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar denúncias de que o sacerdote teria cometido atos de intolerância contra praticantes de religiões de matriz africana. O caso ganhou repercussão após relatos de fiéis e representantes de terreiros, que se sentiram ofendidos por declarações atribuídas ao religioso.

O que se sabe até agora

Segundo informações apuradas, tudo começou com uma homilia — aquela parte da missa em que o padre fala diretamente com os fiéis. Só que, em vez de mensagens de amor ao próximo, alguns ouvintes garantiram ter escutado críticas duras contra outras crenças.

"Foi como se ele estivesse colocando uma religião contra a outra", contou uma testemunha que preferiu não se identificar. "A gente sabe que liberdade religiosa é direito constitucional, né?"

As consequências

Não demorou para a situação virar caso de polícia. O delegado responsável pelo inquérito já ouviu várias pessoas e deve chamar o padre para prestar esclarecimentos nos próximos dias. Se confirmadas as acusações, ele pode responder criminalmente — racismo religioso é crime inafiançável no Brasil, com pena de até cinco anos de prisão.

Enquanto isso, a diocese local se pronunciou dizendo que "apura com seriedade o caso" e que "repudia qualquer forma de discriminação". Mas será que isso basta para acalmar os ânimos? A comunidade religiosa afetada parece esperar mais do que apenas notas de repúdio.

O caso reacende um debate antigo no país: até onde vai a liberdade de expressão dos líderes religiosos? E quando ela ultrapassa os limites do respeito às outras crenças? Perguntas difíceis, que esse inquérito pode ajudar a responder.