
Era madrugada quando o comboio penitenciário adentrou os portões de Bangu — aquela rotina fria que virou quase um ritual para quem acompanha o noticiário policial. Dessa vez, porém, o nome estampado nos autos era diferente: Oruam, o rapper de 23 anos cuja carreira promissora colidiu com a Justiça.
Condenado a 23 anos por homicídio (um crime que ele, diga-se de passagem, sempre negou com veemência), o artista deixou a cela onde estava no Complexo Penitenciário de Gericinó rumo ao Presídio Evaristo de Moraes. Motivo? "Melhores condições de segurança", alegou a Vara de Execuções Penais — embora quem conheça o sistema prisional brasileiro arque as sobrancelhas diante dessa justificativa.
O que muda para o rapper?
Bangu não é Gericinó. E isso pode significar tanto um alívio quanto um pesadelo, dependendo de qual lado da cela você está. Alguns detalhes:
- Regime inicial: fechado, claro. Mas há rumores de que a defesa já prepara pedidos para progressão.
- Visitas: familiares terão de se acostumar com o novo trajeto — e com a burocracia que parece aumentar a cada transferência.
- Fãs? Esqueça. Nada de cartas ou pedidos de autógrafos. O sistema não brinca em serviço.
Curiosamente, enquanto isso, nas redes sociais, os fãs ainda debatem se "a Justiça foi dura demais" ou se "artista também tem que responder pelos seus atos". Um debate que, convenhamos, nunca chega a lugar nenhum.
E o caso em si?
Ah, o caso... Aquele tiroteio em 2022 que terminou com um homem morto e um rapper na cadeia. Oruam sempre jurou que era "apenas passageiro" no carro envolvido — versão que, convenhamos, não convenceu nem o júri nem o juiz. A promotoria, por sua vez, apresentou vídeos, testemunhas e até mensagens que pintavam um quadro bem diferente.
Resta saber: será que essa transferência é só rotina ou tem algo mais por trás? No Rio, onde o sistema penitenciário vive no limite, cada movimento desses costuma ter mais camadas que uma cebola.