
Era só o que faltava: os "catadores" de fios agora vão pensar duas vezes antes de sair por aí depenando postes como se fossem árvores de Natal. O governo acabou de botar o pé na tábua com uma lei que aumenta feio as penas pra quem mexe nesse vespeiro.
Antes era moleza — no máximo 4 anos de cana. Agora? Até 8 anos se o sujeito for pego com os dedos na tomada, literalmente. E olha que a coisa fica ainda mais quente se o crime:
- For em grupo (aí vira festa na cadeia)
- Causar apagão (vira caso de polícia federal)
- Tiver ligação com quadrilha (aí o buraco é mais embaixo)
O estrago que um metro de fio faz
Parece brincadeira, mas esses furinhos deixam o país no escuro — e não só no sentido figurado. Só no ano passado:
- 1,3 milhão de pessoas ficaram sem luz
- R$ 1 bilhão voou pelo ralo entre prejuízos e reparos
- Até hospitais tiveram que ligar geradores
"É um crime que parece pequeno, mas que afeta todo mundo", diz um técnico da Eletrobras que prefere não se identificar — afinal, esses caras costumam voltar pra terminar o serviço.
Não é só o fio que esquenta
Quem compra sabendo da origem também se ferra. Receptação agora pode render até 5 anos — antes era só multinha de varejo. E as cooperativas de reciclagem? Terão que provar de onde veio cada grama de metal, senão viram cúmplices.
Nas ruas, a opinião é dividida. Enquanto um camelô comenta que "bandido bom é bandido longe do poste", um morador de periferia reclama: "Aqui quando falta luz, é sempre no mês que o quilo do cobre sobe".
O ministro da Justiça foi direto: "Vamos caçar esses predadores da infraestrutura como se fossem... bem, predadores da infraestrutura". Originalidade à parte, a mensagem ficou clara.