Tragédia em Goiânia: Influenciadora Dono de Clínica Vai a Júri Popular Após Morte de Cliente em Procedimento Estético
Influenciadora vai a júri por morte em procedimento estético

Era para ser um dia de transformação, a realização de um sonho de autoestima. Mas o que começou como um procedimento de beleza rotineiro—ou pelo menos é assim que tantos vendem por aí—terminou em tragédia. E agora, o caso volta à tona com um desfecho que promete agitar o universo da estética no país.

A dona de uma clínica, uma influenciadora digital que construiu uma imagem de sucesso e expertise nas redes sociais, vai a júri popular sob a acusação de homicídio doloso. A cliente, iludida pela promessa de um corpo perfeito, morreu após uma intervenção para aumentar os glúteos. O procedimento, que deveria ser realizado por um médico, teria sido feito por outra pessoa—um detalhe macabro que levanta questões enormes sobre a regulamentação do setor.

O episódio aconteceu em 2021, mas suas repercussões são tão atuais quanto a próxima postagem no feed. A Promotoria de Justiça de Goiás não poupou críticas: na visão do Ministério Público, havia um claro dolo eventual. Traduzindo: a acusada assumiu o risco de matar alguém ao permitir que um não médico realizasse um procedimento de alto risco. Algo, convenhamos, que beira a irresponsabilidade criminosa.

Não foi por falta de aviso. A própria vigilância sanitária já havia embargado o estabeleimento antes—uma bandeira vermelha gigante, ignorada. A vítima, uma jovem cheia de planos, entrou na clínica e não saiu com vida. O laudo do IML atestou: morte por embolia gordurosa, complicação conhecida e temida nesse tipo de operação.

O julgamento está marcado para esta segunda-feira (1º de setembro) no Fórum Criminal de Goiânia. A defesa, como era de se esperar, nega veementemente as acusações. Alega que a influenciadora não tinha intenção de causar mal a ninguém. Mas a pergunta que fica, ecoando nas redes e nos corredores do tribunal, é uma só: até onde vai a busca pelo lucro e pela fama?

Esse caso vai além de um simples processo. Ele escancara uma realidade perigosa: a facilidade com que procedimentos invasivos são banalizados, vendidos como solução rápida, sem os cuidados médicos necessários. Uma lição cara, paga com uma vida.