
Aquele domingo amanheceu tranquilo no Jardim Florianópolis, em Jaguariúna—até que a rotina pacata do bairro foi quebrada por gritos, correria e, por fim, um disparo. Tudo aconteceu por volta das 10h30, mas o que levou aquele momento de caixa? Um homem de 34 anos, cujo nome não foi divulgado—mas que a Justiça já procurava há tempos por sonegar pensão alimentícia—decidiu que não iria cumprir a ordem de prisão.
Não deu certo.
Ao ser localizado pelos agentes da Polícia Militar, ele não hesitou: deu às costas e partiu em fuga desesperada. Imagina a cena—um adulto, supostamente responsável, correndo como adolescente assustado, tentando escapar do que ele mesmo provocou. Os PMs, é claro, não ficaram parados. Perseguiram e, durante a ação, um tiro atingiu o fugitivo bem no tornozelo direito. Nada grave, segundo o boletim de ocorrência, mas suficiente para pará-lo.
O que me faz pensar: será que valeu a pena? Correr, se arriscar, colocar todo mundo em perigo—inclusive os próprios policiais—só para não assumir as consequências de não ajudar a criar o próprio filho?
Ele foi levado ao Hospital Municipal Walter Ferrari, onde recebeu atendimento—ironia das ironias—pago com dinheiro público. Enquanto isso, a mãe da criança, somewhere out there, continua esperando por aquele apoio que nunca chegou.
O caso agora está sob investigação do 4º DP de Hortolândia. A PM garante que agiu dentro do protocolo—e, convenhamos, fugir de abordagem nunca é boa ideia. Mas ainda assim, todo o episódio deixa aquele gosto amargo de tragédia anunciada. Mais um capítulo triste—e totalmente evitável—na saga interminável de quem acha que pode simplesmente ignorar a lei.