Imagine só: uma mulher chega na delegacia de Santarém, toda empoderada, com uma pasta debaixo do braço e um ar de quem sabe o que está fazendo. Só que... não sabia. Nem um pouco. A suposta advogada — que, na verdade, nunca pisou numa faculdade de Direito — foi flagrada tentando defender um cliente como se fosse profissional da área.
Pois é. A cena foi tão surreal que até os policiais estranharam. "Algo não batia", contou um delegado que preferiu não se identificar. "Ela usava termos jurídicos de forma completamente errada, como quem decora frases de novela."
O flagrante
Foi durante uma audiência simples que a farsa veio abaixo. Quando questionada sobre artigos específicos do Código Penal, a "doutora" começou a inventar respostas que não existem em nenhum livro de lei. "Foi como ver alguém tentando dirigir sem nunca ter aprendido", brincou um escrivão.
- Não tinha registro na OAB (óbvio!)
- Usava um crachá falsificado
- Inventou até um "escritório fantasma" no centro da cidade
O pior? Ela já teria "atendido" pelo menos outras cinco pessoas — que agora precisam correr atrás de advogados de verdade para resolver a bagunça.
As consequências
Além de responder por exercício ilegal da profissão (que pode dar até dois anos de cadeia), a falsa advogada terá que explicar de onde saíram os recibos que emitia aos clientes. Sim, porque cobrava, e não pouco! "Ela chegou a pedir R$ 3.500 por um habeas corpus que nunca existiu", revelou uma vítima.
E olha que o caso quase passou despercebido. Foi só quando um cliente desconfiou — depois de ver seu processo andar para trás — que a farsa veio à tona. "Parece roteiro de filme ruim, mas aconteceu aqui mesmo", comentou um morador da região.
Moral da história? Na dúvida, sempre cheque no site da OAB antes de contratar um profissional jurídico. E se o preço for "muito bom"... desconfie na hora!
