Justiça autoriza exame psiquiátrico em jovem que confessou matar a mãe em Florianópolis — Entenda o caso
Exame psiquiátrico para jovem que matou mãe em Florianópolis

Florianópolis ainda não digeriu o choque. Um rapaz de 19 anos — nome não divulgado — está no centro de um daqueles casos que deixam a cidade sem ar. Ele confessou ter matado a própria mãe a facadas, num apartamento da região central. Agora, a Justiça deu o aval para que especialistas vasculhem a mente dele.

Não foi um "sim" qualquer. O juiz Marcelo Tramontini, da 2ª Vara Criminal, esmiuçou pedidos da defesa antes de liberar o exame. O laudo psiquiátrico pode virar a chave desse processo todo. Se comprovarem algum transtorno, a pena pode mudar de figura.

O crime que parou o bairro

Era uma terça-feira comum até virar pesadelo. Vizinhos ouviram gritos estridentes por volta das 14h. Quando a polícia chegou, a cena era de filme de terror: a mulher de 42 anos jazia no chão da cozinha, com múltiplos ferimentos. O filho, ensanguentado, não tentou fugir.

"Ele estava calmo, quase alheio", relatou um PM que preferiu não se identificar. Na delegacia, o jovem teria dito coisas desconexas — falou em "vozes" e "missão". A defesa agarrou esses detalhes como justificativa para o exame.

O que dizem os especialistas?

Psiquiatras ouvidos pela reportagem frisam: diagnóstico não é passe livre. "Mesmo com transtorno, a pessoa responde pelo crime", explica Dra. Lúcia Mendes, com 20 anos de experiência em perícias. "A diferença está no tipo de medida — pode virar internação em vez de prisão."

O Ministério Público, por sua vez, não baixou a guarda. "Vamos acompanhar cada etapa", garantiu o promotor Carlos Eduardo Silva. Ele lembra que o jovem já tinha passagem por ameaça — contra a própria mãe, em 2023.

Enquanto isso, no condomínio onde tudo aconteceu, os moradores seguem em choque. "Ela sempre sorria no elevador", conta uma senhora que não quis se identificar. Resta saber se a Justiça encontrará respostas onde a razão parece falhar.