Fuga em presídio de segurança máxima: serial killer e outro preso escapam no Tocantins
Dois presos de alta periculosidade fogem de presídio no TO

Um presídio considerado de segurança máxima no Tocantins foi palco de uma fuga ousada na noite de quinta-feira, 25 de janeiro. Dois detentos de alta periculosidade conseguiram escapar da Unidade de Tratamento Penal de Cariri do Tocantins (UTPC), localizada a 264 km de Palmas.

Os fugitivos e o método da fuga

Os homens identificados foram Gildasio Silva Assunção e Renan Barros da Silva. A polícia considera Renan um serial killer. Ele havia sido condenado a 75 anos de prisão pelos assassinatos de três homens e por deixar outro ferido em Araguaína, no norte do estado.

Segundo a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju), os dois presos estavam em uma cela separada por questões disciplinares após transferência recente de pavilhão. Foi de dentro dessa cela que a fuga foi planejada e executada.

Eles conseguiram serrar a grade da cela, acessaram uma janela e utilizaram uma corda artesanal, feita com lençóis, para escalar o muro da unidade. Vídeos feitos após o ocorrido mostram o caminho percorrido: os fugitivos passaram sobre a concertina (arame farpado), pularam um alambrado próximo a uma guarita e cortaram parte da grade de proteção externa do presídio.

Investigações e estrutura questionada

A Seciju determinou a abertura imediata de um procedimento administrativo para apurar todas as circunstâncias do caso. O foco principal é descobrir como os materiais usados na fuga, como a serra, foram introduzidos na cela. A segurança da unidade foi reforçada após o incidente.

A situação levanta questionamentos sobre a eficácia da segurança em uma unidade que foi inaugurada com grandes expectativas. A UTPC de Cariri foi construída com um investimento aproximado de R$ 32 milhões e tem capacidade para 576 vagas. Finalizada em 2020, ela segue o sistema modular com módulos pré-fabricados, uma tecnologia que, em tese, oferece resistência três vezes maior que a construção convencional e visa impedir o acesso dos internos a metais para fabricação de objetos ilícitos.

Estrutura e funcionamento da unidade prisional

Apesar do incidente, a unidade foi planejada para unir segurança e funcionalidade. Sua estrutura inclui:

  • 12 apartamentos de vivência individual.
  • 6 apartamentos de inclusão para isolamento.
  • 12 apartamentos para encontro íntimo.
  • Áreas adaptadas para cadeirantes ou pessoas com deficiência.
  • Módulos de saúde para atendimento médico, odontológico e psicológico.
  • 4 salas de aula, 2 oficinas, uma sala de informática.

Além disso, a unidade oferece cursos de capacitação profissional. Apenas em 2025, foram realizados treinamentos de Informática Básica, Produção de Temperos e Condimentos e Produção de Mandioca, em parceria com outros órgãos.

A foga dos dois presos de alta periculosidade coloca em xeque os protocolos de segurança de uma das mais modernas unidades prisionais do estado e mobiliza as forças policiais em uma intensa operação de recaptura.