Caso da mala na rodoviária: DNA confirma que tronco e restos mortais são da mesma vítima | Rio Grande do Sul
DNA confirma que tronco em mala e restos mortais são mesma vítima

Era uma mala comum, daquelas que passam despercebidas em qualquer rodoviária do país. Mas o que havia dentro dela faria até o investigador mais experiente perder o sono. Um tronco humano, abandonado como se fosse bagagem qualquer.

Enquanto isso, noutro ponto da capital gaúcha, sacolas de lixo escondiam outros restos mortais. Pedaços de um quebra-cabeça macabro que ninguém sabia como encaixar.

Até agora.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) acaba de fechar um elo crucial nessa investigação que parece saída de um romance policial sombrio. Através de análise genética, os peritos confirmaram: o DNA do tronco encontrado na rodoviária em 16 de agosto é exatamente o mesmo dos restos mortais deixados nas sacolas de lixo no bairro Humaitá, em Porto Alegre.

Não é todo dia que a ciência forense une pontos tão sinistros. A técnica utilizada? Extração de material genético das amostras ósseas – sim, dos ossos mesmo – seguida da amplificação dos fragmentos de DNA através da famosa reação em cadeia da polimerase. Parece jargão de série americana, mas é a pura realidade dos laboratórios brasileiros.

Os peritos não mediram esforços. Fizeram até exame de datiloscopia, mas as impressões digitais não puderam ser recuperadas. O estado dos fragmentos ósseos simplesmente não permitiu.

Agora, a bola está com a Polícia Civil. Com a confirmação de que todas as partes pertencem à mesma pessoa desconhecida, os investigadores correm contra o tempo para responder às perguntas que realmente importam: quem era essa pessoa? E que monstro seria capaz de fracionar um corpo humano e espalhá-lo pela cidade como se fosse lixo?

O Delegado Daniel Gerhardt, da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), assumiu o caso. Sua equipe agora vasculha registros de desaparecidos, analisa imagens de câmeras de segurança e persegue qualquer pista que possa levar à identidade da vítima e ao autor desse crime que chocou até os profissionais mais endurecidos.

Porto Alegre, que normalmente vive o agito de setembro, agora carrega o peso de um mistério sombrio. Nas ruas, a pergunta ecoa sem resposta: quem era essa alma, tão brutalmente despedaçada e esquecida?