Justiça condena quadrilha a mais de 20 anos por assalto brutal contra professora em Portão
Condenados a 20+ anos por latrocínio de professora

Numa decisão que ecoou como um alívio tardio para a comunidade escolar, a Justiça gaúcha fechou o cerco contra a brutalidade. Quatro marginais — que há três anos transformaram uma tarde comum num pesadelo — agora enfrentam as grades por mais tempo do que a vítima teve de vida após o ataque.

A cena, digna de filme de terror, se desenrolou em plena luz do dia no município de Portão. Enquanto a professora de 42 anos estacionava seu carro, os criminosos agiram com uma frieza que deixou até os investigadores veteranos de cabelo em pé. "Não foi um assalto, foi uma execução", resumiu um delegado que acompanhou o caso.

O crime que parou a cidade

Detalhes revelados no processo mostram a crueldade planejada:

  • A vítima foi seguida desde o centro da cidade
  • Os bandidos usavam roupas que imitavam uniformes de entregadores
  • A filha de 16 anos da professora assistiu a tudo do banco do carona

"Eles não queriam só o carro ou o celular — queriam mostrar poder", disparou o promotor do caso, ainda visivelmente afetado. O que começou como um roubo terminou com sete tiros à queima-roupa, num excesso que nem os próprios advogados de defesa conseguiram justificar.

Justiça sem atalhos

O julgamento, que durou onze meses, virou um divisor de águas na comarca. Diferente de outros casos que se arrastam por anos, este avançou com uma velocidade incomum — talvez pelo clamor público ou pelas provas irrefutáveis. Câmeras de segurança, DNA no veículo e até mensagens trocadas entre os acusados selaram seus destinos.

As penas finais:

  1. 23 anos para o líder do grupo
  2. 22 anos para o atirador
  3. 21 anos para os dois comparsas

Nenhum deles mostrou arrependimento durante as sessões. Um chegou a sorrir quando a sentença foi lida — detalhe que não passou despercebido pelos jurados.

Para a família, a condenação trouxe um frágil alívio. "Minha mãe educou gerações, e esses monstros a trataram como lixo", desabafou a filha, hoje com 19 anos. Ela deixou a cidade, mas voltou para o julgamento, enfrentando os assassinos com um silêncio que falou mais que mil discursos.

O caso reacendeu debates sobre segurança pública na região metropolitana, onde crimes violentos contra mulheres aumentaram 17% no último ano. Enquanto isso, nas escolas onde a professora lecionava, seus colegas criaram um fundo de bolsas em seu nome — ironicamente, para estudantes carentes que poderiam ter virado estatísticas como os próprios criminosos.