Advogado joga celular do 10º andar para tentar apagar provas de compra de sentenças no TJMA
Advogado joga celular do 10º andar para esconder provas

O que você faria se estivesse prestes a ser pego com as mãos na massa? O advogado em questão decidiu que a melhor saída era... jogar o celular pela janela. Sim, do décimo andar do prédio do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). A cena digna de filme policial aconteceu nesta semana e viralizou nos bastidores da Justiça maranhense.

Segundo testemunhas, o causídico — que já estava sob suspeita de integrar uma organização criminosa especializada em "comprar" decisões judiciais — agiu de forma desesperada quando percebeu que os investigadores se aproximavam. Com um movimento rápido (e pouco discreto), ele arremessou o aparelho pela janela, numa tentativa claramente frustrada de destruir provas.

O esquema que balançou o TJMA

Detalhes do caso revelam um modus operandi que parece saído de um roteiro de Hollywood:

  • Advogados e servidores públicos estariam atuando em conluio
  • Decisões judiciais "sob medida" eram negociadas por valores que chegavam a R$ 50 mil
  • O esquema funcionava há pelo menos dois anos, segundo as investigações

"É revoltante ver a Justiça sendo tratada como mercadoria", comentou um desembargador que preferiu não se identificar. "Isso mancha a imagem de todos nós que trabalhamos com seriedade."

O celular que virou prova

Aqui está a ironia do destino: o aparelho que o advogado tentou destruir acabou se tornando uma das principais provas contra ele. Apesar da queda de aproximadamente 30 metros, os peritos conseguiram recuperar boa parte dos dados — incluindo mensagens comprometedoras e registros financeiros suspeitos.

"A tecnologia hoje em dia é traiçoeira para quem quer esconder algo", brincou um dos investigadores, em tom de sarcasmo. "Até quando você acha que destruiu tudo... o disco rígido te entrega."

O caso agora está nas mãos da Corregedoria do TJMA e do Ministério Público. Pelo menos outros cinco advogados e três servidores estão sendo investigados — e a lista pode aumentar conforme os dados do celular "voador" forem decifrados.

Enquanto isso, o causídico arrependido (ou não) responde ao processo em liberdade, mas terá que explicar à Justiça não só as acusações de corrupção, mas também seu péssimo gosto por efeitos especiais hollywoodianos.