
Era sexta-feira, 20 de setembro, quando o silêncio de um apartamento no Setor Marista, em Goiânia, contou uma história que ninguém estava preparado para ouvir. Vinícius Resende, um advogado de 35 anos — daqueles que iluminam o ambiente com sua presença — foi encontrado sem vida. A notícia correu como um choque elétrico entre quem o conhecia.
Não foi um acidente, não houve violência aparente. A Polícia Civil ainda investiga as causas, mas tudo indica — e como isso pesa — que talvez tenha sido um mal súbito. Algo silencioso, traiçoeiro, que chegou sem avisar.
Um homem que vivia com o coração aberto
Quem conversa com os amigos de Vinícius ouve histórias que parecem sair de um roteiro de cinema. "Ele tinha um coração enorme", repete um, outro, todos. Não era só força de expressão. O cara realmente parava o que estava fazendo se você precisasse. Às duas da manhã, num dia de chuva, não importava.
E não era só isso. Vinícius tinha aquela energia que a gente só vê em gente rara. Vibrante, expansivo, do tipo que chegava num lugar e, em cinco minutos, todo mundo já estava rindo junto. Como se a tristeza não conseguisse ficar perto dele por muito tempo.
O apartamento e o silêncio que falou
Foi um amigo próximo, preocupado porque Vinícius não aparecia há dias — coisa totalmente fora do normal — quem achou. Bateu na porta do apartamento, na Rua 1130. Nada. O silêncio do outro lado já dizia tudo, mas ele insistiu. Chamou o síndico, conseguiu entrar. E lá estava Vinícius, já sem vida.
Os peritos do IC passaram horas no local. Reviraram cada canto, procurando pistas, uma explicação. Nada de arrombamento, nada de luta. Só o corpo de um homem que, dias antes, ainda fazia planos para o futuro.
O adeus que não deveria ser
Nas redes sociais, as homenagens começaram a vir como uma onda. É triste, mas é bonito de ver — cada mensagem conta um pedaço da história dele. "Uma luz que se apagou cedo demais", escreveu uma colega de faculdade. "O mundo ficou mais sem graça sem você", postou um primo.
E não é exagero. Gente como Vinícius faz falta. Faz falta no escritório, no boteco, no grupo de WhatsApp que agora fica em silêncio.
O IML levou o corpo para exames. Vão tentar descobrir o que, exatamente, tirou um homem tão cheio de vida daqui com apenas 35 anos. Mas algumas perguntas, a gente já sabe, vão ficar sem resposta.
Enquanto isso, a família se prepara para o velório — que deve ser lotado, com certeza — e o enterro, marcado para este sábado no Cemitério Jardim das Palmeiras.
Fica a lembrança. E a certeza de que algumas pessoas, mesmo partindo cedo, deixam marcas que o tempo não apaga.