Postos de Combustível em Curitiba: PF Desmonta Esquema Bilionário de Sonegação Fiscal
PF prende donos de postos por sonegar R$ 500 mi em Curitiba

Parece que a sede por lucro fácil ultrapassou todos os limites em Curitiba. A Polícia Federal acaba de desembainhar a espada contra uma rede de postos de combustível que, segundo as investigações, praticava uma sonegação fiscal tão ousada que chega a dar vertigem. Meio bilhão de reais. É isso mesmo, você não leu errado.

R$ 500 milhões que deveriam ter abastecido os cofres públicos simplesmente evaporaram por meio de um esquema que os investigadores classificam como "complexo" – eufemismo para algo genialmente criminoso, diga-se de passagem.

Como o Esquema Funcionava? A Engrenagem da Fraude

Aqui é que a coisa fica interessante, ou assustadora, depende do ponto de vista. A PF detalha que os investigados criaram uma verdadeira teia de empresas. Algumas, "laranjas" de fachada, existiam apenas no papel com um único propósito: comprar combustível de distribuidoras com isenção de impostos estaduais. Afinal, eram empresas com supostas "finalidades específicas" que garantiam esse benefício.

Mas o combustível, claro, não ia parar em lugar nenhum desses negócios fantasmas. Ele era desviado – quem sabe num passe de mágica? – para uma rede de postos de gasolina que operava no varejo, vendendo para o consumidor final. E adivinhem? Esses postos, que efetivamente recebiam a mercadoria, NÃO recolhiam os impostos devidos na revenda. Um duplo golpe contra o fisco.

É uma jogada de mestre da malandragem, uma lapada só no ICMS e no PIS/Cofins. O prejuízo, como sempre, é coletivo.

As Consequências: Mandados e Bloqueios

A Justiça Federal, convencida pelas provas, autorizou uma enxurrada de medidas. Não foi coisa pouca:

  • Dois mandados de prisão preventiva foram expedidos contra os supostos mentores do esquema. Eles já estão atrás das grades.
  • Mais 14 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, virando de ponta-cabeça endereços ligados aos investigados.
  • E talvez o mais dolorido para eles: o bloqueio de bens num valor que espelha o prejuízo – até R$ 500 milhões. Carros, imóveis, contas bancárias... tudo na mira para garantir um eventual ressarcimento.

A operação, batizada de 'Lótus', não é exatamente nova. Ela é um desdobramento, uma fase dois de uma investigação que já vinha apurando esse mesmo grupo desde o ano passado. O laudo técnico da própria PF, concluído recentemente, foi a peça-chave que faltava para fechar o cerco e convencer a juíza Karina Branco Farias, da 2ª Vara Federal de Curitiba.

O que isso nos diz? Que a fiscalização está de olho. E que esquemas que parecem perfeitos, no final das contas, sempre deixam rastros. Desta vez, o estrago foi grande, mas a conta finalmente chegou.