
Imagine a cena: um restaurante movimentado, clientes felizes, e uma pessoa que parecia mais uma cliente habitual. Só que não. Ela tinha um plano mirabolante — e lucrativo — que durou incríveis oito meses. Acredita?
Pois é. A Polícia Civil de Pernambuco prendeu em flagrante, nesta quarta-feira (3), uma mulher de 43 anos acusada de aplicar um golpe do PIX falso em um estabelecimento na Zona Norte do Recife. O prejuízo? Nada menos que R$ 28 mil. Uma verdadeira farra às custas do comércio local.
O modus operandi era, vamos admitir, até simples, mas requintado na malandragem. Ela fazia pedidos, geralmente de valores altos, e na hora de pagar, optava pelo PIX. Até aí, tudo normal. O problema é que os comprovantes de pagamento que ela exibia na tela do celular eram falsos — todos fabricados digitalmente para enganar os funcionários.
Como a Fraude Era Executada
Aqui vai o passo a passo que ela usava, repetidamente, e que funcionou por um tempo assustadoramente longo:
- Ela escolhia um item do cardápio de valor considerável.
- Na hora do acerto, puxava o celular e “fazia” um PIX.
- Em segundos, um comprovante falso — mas muito bem feito — aparecia na tela.
- Os atendentes, confiantes, liberavam a “cliente”.
- O dinheiro, claro, nunca caía na conta do restaurante.
E assim, mês após mês, o rombo foi aumentando. Só parou quando a direção do local notou a discrepância nas finanças e decidiu investigar a fundo. Aí a ficha caiu — literal e figurativamente.
Não é de hoje que golpes assim assombram pequenos e médios empresários. A praticidade do PIX, que revolucionou pagamentos, infelizmente também abriu espaço para artimanhas criminosas. E esse caso é a prova viva de que até um esquema aparentemente bobo pode causar um estrago danado.
A Investigaçãofoi a Chave
A dona do estabelecimento, desconfiada da sumiço constante de grana, resolveu acionar a polícia. E olha, fez muito bem. Com imagens de câmeras de segurança e o histórico de transações (ou a falta delas), os investigadores conseguiram identificar a autora.
Ela foi localizada e presa em flagrante — ainda bem — e agora responde pelo crime de estelionato. A pena? Pode chegar a cinco anos de prisão, dependendo da análise da Justiça. Mas algo me diz que a repercussão do caso pode influenciar o resultado.
O delegado responsável pelo caso emitiu um alerta importante: “É fundamental que os comerciantes verifiquem diretamente em seu aplicativo bancário a confirmação do pagamento, e não confiem apenas em comprovantes exibidos na tela do cliente”. Sábias palavras, não?
Esse tipo de crime, embora pareça isolado, reflete um problema maior: a criatividade dos golpistas e a necessidade constante de atenção redobrada. No fim das contas, todo cuidado é pouco — ainda mais quando o assunto é dinheiro.