
Era um manual quase didático — se não fosse pelo conteúdo criminoso. A cartilha apreendida pela polícia do Rio Grande do Sul detalhava, com uma precisão que daria inveja a muitos cursos profissionalizantes, como aplicar o famigerado "golpe do falso advogado".
Os suspeitos, agora atrás das grades, tinham tudo planejado: desde o tom de voz a ser usado nas ligações até os documentos falsificados que convenciam até os mais desconfiados. "Parecia coisa de filme", comentou um delegado que pediu para não ser identificado.
O passo a passo da fraude
Na prática, o esquema funcionava assim:
- Primeiro contato: Ligações convincentes, muitas vezes citando processos reais das vítimas (dados vazados, claro)
- Documentação falsa: CNPJ de escritórios fantasmas e até "certidões" com carimbo oficial — tudo muito bem forjado
- Urgência fabricada: "Se não pagar hoje, seu caso será arquivado" — a pressão psicológica era peça-chave
Curiosamente, os criminosos tinham até um "código de conduta". Na cartilha, alertas como: "Nunca atenda com música alta no ambiente" ou "Evite termos jurídicos complexos que possam levantar suspeitas". Profissionais, não?
Como não cair no conto do vigário moderno
O caso revela uma verdade inconveniente: os golpes estão cada vez mais sofisticados. Mas algumas dicas básicas podem salvar seu bolso:
- Desconfie de ligações inesperadas sobre processos judiciais
- Nunca pague nada sem confirmar pessoalmente no fórum ou escritório
- Verifique o OAB do suposto advogado no site oficial da Ordem
Como diz o ditado, quando a esmola é demais... você já sabe. No mundo dos golpes, se parece bom demais para ser verdade, provavelmente não é.