
Ela estava com a faca e o queijo na mão — ou melhor, com o código penal e a lábia afiada. Uma advogada potiguar, que deveria defender a lei, acabou algemada pela própria justiça. Ironia do destino? Talvez. O certo é que a mulher de 38 anos foi presa em flagrante nesta segunda-feira (28) em João Pessoa, acusada de aplicar golpes financeiros.
Segundo as investigações — que rolavam há meses —, a profissional usava seu conhecimento jurídico como arma. As vítimas? Pessoas em situação vulnerável, claro. Prometia resolver processos rapidamente, cobrava adiantado e... desaparecia no mundo. Até que o esquema ruiu.
Como a farsa foi desmontada
Detalhes que fariam qualquer roteirista de filme policial suspirar:
- Pelo menos 15 queixas formais na delegacia
- Valores que variam de R$ 3 mil a R$ 50 mil por golpe
- Um modus operandi quase profissional — contratos falsos, recibos fantasmas
"Ela se aproveitava da dor alheia", disparou o delegado responsável, em tom de quem já viu muita coisa, mas ainda se impressiona. A operação que prendeu a advogada contou até com agentes à paisana seguindo seus passos por semanas. Quando o cerco se fechou, estava em um escritório improvisado no bairro de Manaíra.
E agora, José?
A defesa — sim, ela tem direito a um advogado, afinal estamos no estado democrático de direito — alega que há "excesso de interpretação" nos fatos. Mas o Ministério Público já tem pilhas de provas: mensagens, transferências bancárias atípicas, testemunhas. Até cliente que nunca foi atendido depois de pagar.
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso virou polêmica. De um lado, quem defende que "bandido bom é bandido preso". De outro, quem questiona: quantos como ela ainda estão por aí, de terno e gravata, aplicando golpes com verniz de legalidade?
O certo? A Justiça paraibana não está para brincadeira. A pena pode chegar a 8 anos, se condenada por estelionato qualificado. E olha que ainda tem a OAB no pé — a Ordem já anunciou que vai apurar o caso com lupa.