
Parece brincadeira, mas não é. Enquanto você lê essa matéria, alguém em Santa Catarina provavelmente está caindo num golpe digital. O estado, conhecido pelas praias paradisíacas e economia forte, virou também o epicentro de um problema nacional: 1 em cada 4 crimes virtuais do Brasil acontece por lá. Os números são alarmantes — e revelam uma faceta pouco comentada da "Suíça brasileira".
O mapa do crime 2.0
Dados recentes mostram que os catarinenses estão na mira de criminosos digitais. Se antes o perigo vinha das ruas, agora mora nos aplicativos de mensagem e e-mails falsos. "É uma epidemia silenciosa", define o delegado Carlos Mendes, que chefia a divisão de crimes cibernéticos no estado.
Entre os golpes mais comuns:
- Falsos boletos bancários (aquele que "atualiza cadastro")
- Sequestro de redes sociais — principalmente de idosos
- Fraudes em compras online, especialmente em sites de eletrônicos
Por que justo aqui?
Especialistas apontam três fatores que transformaram SC num alvo preferencial:
- Renda acima da média: população com maior poder aquisitivo atrai golpistas
- Conectividade recorde: 85% dos domicílios com internet banda larga
- Falsa sensação de segurança: "Acham que só acontece nos grandes centros"
E tem mais — a pandemia acelerou essa mudança. Com mais gente trabalhando de casa, as brechas de segurança se multiplicaram. "Virou terra sem lei digital", brinca (sem graça) a analista de sistemas Amanda Costa.
Como se proteger?
Não é preciso virar um paranoico tecnológico, mas alguns cuidados básicos fazem diferença:
- Desconfie de links curtos (bit.ly, tinyurl) em mensagens não solicitadas
- Ative a verificação em duas etapas em TODAS as contas
- Nunca, jamais, em hipótese alguma compartilhe senhas por telefone
O pior? Segundo o Ministério Público, apenas 15% das vítimas denunciam. Medo, vergonha ou simplesmente não saber como fazer a queixa. Enquanto isso, os números continuam subindo...