
Era mais um dia comum no Distrito Federal até que a polícia botou os pés no acelerador e desmontou um esquema que tirava o sono — e o dinheiro — de muita gente. Onze pessoas, suspeitas de aplicar golpes em sites de namoro, foram presas numa operação que misturou tecnologia e investigação tradicional.
O modus operandi? Clássico, mas eficaz. Os criminosos criavam perfis falsos em plataformas de relacionamento, conquistavam a confiança das vítimas e, quando menos se esperava, partiam para o golpe. Dinheiro, presentes, até informações pessoais — tudo era alvo.
Como a quadrilha operava
Primeiro, o flerte virtual. Depois, a construção de uma relação que parecia verdadeira. Só parecia. Quando a vítima já estava emocionalmente envolvida, vinha o pedido de ajuda financeira:
- Emergências médicas
- Problemas com passagens
- Dívidas urgentes
E quem resistia? Sofria ameaças de exposição de conversas íntimas ou fotos pessoais. Puro terror psicológico.
As vítimas
Majoritariamente homens entre 35 e 60 anos — mas mulheres também caíam na rede. O prejuízo? Difícil calcular, mas os investigadores falam em centenas de milhares de reais.
"É um crime que deixa marcas além das financeiras", comenta um delegado que pediu para não ser identificado. "Muitas vítimas demoram anos para se recuperar da decepção e da vergonha."
A operação foi batizada de "Coração Gelado" — quem dera fosse só um trocadilho. Durante meses, a polícia rastreou transferências bancárias, analisou conversas e mapeou a rede criminosa. Resultado: onze prisões em flagrante e um monte de equipamentos apreendidos.
Computadores, celulares, anotações meticulosas sobre as vítimas... Tudo indica que não era a primeira vez que a quadrilha agia. E provavelmente não seria a última, não fosse o trabalho da polícia.
O que fazer para se proteger?
Desconfie de perfis muito perfeitos ou que pedem dinheiro cedo demais. Nunca envie fotos íntimas — por mais que a conexão pareça real. E se cair num golpe? Denuncie. Muitas vítimas ficam caladas por vergonha, mas isso só ajuda os criminosos.
No fim das contas, como diz o ditado, quando a esmola é demais... o santo desconfia. E no mundo virtual, essa máxima vale ouro.