Influenciador chinês se passa por mulher e engana centenas de homens em golpe digital
Influenciador chinês aplica golpe com identidade feminina falsa

Imagine a cena: um homem solitário, navegando pelas redes sociais, quando de repente encontra o perfil de uma mulher deslumbrante. Ela parece perfeita — fotos impecáveis, mensagens carinhosas, um interesse genuíno. Só que tem um pequeno detalhe: essa mulher não existe.

Na China, um influenciador digital — cujo nome as autoridades ainda não divulgaram — criou uma personagem feminina tão convincente que enganou mais de 300 homens. O golpe? Simples e eficaz: após conquistar a confiança das vítimas, ele pedia dinheiro para "emergências médicas" ou "dívidas familiares".

O modus operandi

O esquema era quase uma obra de teatro digital. O golpista:

  • Criou perfis em múltiplas plataformas com fotos roubadas
  • Estudou comportamentos femininos em fóruns e redes sociais
  • Desenvolveu personalidades distintas para cada perfil
  • Usou inteligência emocional para criar laços rápidos

"Ele era tão bom que até eu cairia", brincou um detetive envolvido no caso, antes de completar: "Brincadeiras à parte, o nível de sofisticação assusta".

Quando a máscara caiu

Tudo começou a desmoronar quando uma das vítimas — mais desconfiado que as outras — decidiu investigar. Após três meses de conversas apaixonadas e cerca de 20 mil yuans enviados (quase R$ 14 mil), ele contratou um hacker particular. Em 48 horas, a farsa estava exposta.

As autoridades chinesas agiram rápido. Na casa do influenciador, encontraram:

  1. Quatro computadores de alta performance
  2. Dezenas de chips de celular não registrados
  3. Um arquivo com mais de 5.000 fotos de mulheres diferentes
  4. Rascunhos de "roteiros" para cada personagem

O caso levantou discussões importantes sobre segurança digital e solidão urbana. Afinal, o que leva tantos homens — muitos bem-educados e financeiramente estáveis — a cair em golpes assim?

Psicólogos ouvidos pela reportagem apontam para uma combinação perigosa: a pressão social por relacionamentos na China contemporânea e a ilusão de intimidade que as redes sociais criam. "Quando você está carente, até um robô parece humano", filosofou um especialista.