
Imagine confiar cegamente em um colega de faculdade para resolver burocracias acadêmicas e descobrir, meses depois, que você caiu numa arapuca bem armada. Pois é exatamente isso que aconteceu com dezenas de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O esquema — ardiloso, diga-se de passagem — foi desmontado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (18). Um universitário de 22 anos, que cursa Relações Públicas, estava por trás de uma rede de fraudes que lesou colegas em valores que beiram, pasmem, mais de R$ 400 mil.
O modus operandi: promessas e sumiço
O golpe seguia um roteiro quase sempre igual. O suspeito se aproximava de vítimas oferecendo serviços como pagamento de taxas universitárias, emissão de documentos ou até mesmo regularização de matrículas. Cobrava valores abaixo do oficial — isca perfeita para quem busca economia — e sumia depois de receber o dinheiro.
Nada era feito, é claro. Nem documentos, nem pagamentos, nem matrículas. Só o bolso dos estudantes mais leve.
Investigação e quebra de sigilos
A investigação começou depois que várias vítimas relataram prejuízos à Delegacia de Proteção ao Consumidor (Decon). Segundo o delegado Gabriel Dalle, as transações eram feitas majoritariamente via PIX — rastro digital que não some tão fácil assim.
«A gente identificou um padrão nas transações. Vários depósitos de pessoas diferentes indo para mesma conta, e nenhum dos serviços sendo efetivado», contou o delegado, em entrevista. A quebra de sigilos bancários e a análise das movimentações financeiras confirmaram a suspeita: era golpe puro.
Até agora, a polícia já conseguiu mapear 17 vítimas — mas a investigação segue aberta, e esse número pode subir. Muito.
Quem é o suspeito?
O jovem — nome ainda preservado — não respondia a processos criminais anteriores. Estudava na UFRGS e usava justamente o ambiente universitário para ganhar confiança. Um belo exemplo de como o crime pode estar onde menos se espera, né?
Ele foi levado à delegacia para prestar esclarecimentos e, após audiência de custódia, foi liberado. A medida cautelar? Não pode se aproximar das vítimas nem deixar o estado — sob pena de responder por descumprimento.
E agora, o que fazer?
Se você é ou foi estudante da UFRGS e suspeita que possa ter sido vítima desse mesmo golpe, a orientação é procurar a Decon e registrar ocorrência. Quanto mais casos forem mapeados, maiores as chances de responsabilização e, quem sabe, restituição dos valores.
É um alerta importante, pessoal: na correria do dia a dia, a gente acaba confiando. Mas desconfie de valores “milagrosos” e sempre — sempre! — consulte sites oficiais antes de pagar qualquer taxa por fora.
Às vezes, a economia sai caro. Muito caro.