
Parece contraditório, mas os números não mentem: enquanto as ruas ficam mais seguras, nossos lares e telas se tornam campos minados. O Anuário da Segurança 2025 acabou de revelar uma inversão preocupante nos padrões de criminalidade no Brasil.
Queda histórica onde menos esperávamos
Pela primeira vez em décadas, os crimes tradicionais — roubos, furtos, homicídios — apresentaram queda expressiva. Quem diria, né? Nas capitais, a redução chegou a 18% nos últimos 12 meses. Mas calma, não é hora de soltar fogos ainda.
O lado sombrio da digitalização
Enquanto isso, os crimes digitais explodiram feito pipoca no micro-ondas: aumento de 237%! Golpes como phishing, falsos investimentos e sequestros de dados viraram a nova moeda do crime organizado. E o pior? A vítima muitas vezes nem percebe que foi lesada até ver a conta bancária zerada.
"A pandemia acelerou processos que já estavam em curso", analisa o especialista em segurança cibernética Marcos Aurélio. "O bandido moderno prefere o conforto do home office também."
Entre quatro paredes: a violência que não diminui
Se os números das ruas animam, os dos lares assustam. Os casos de violência doméstica subiram 42% — e aqui tem um detalhe macabro: 68% das vítimas não registraram boletim de ocorrência. Por quê? Medo, dependência financeira, ou simplesmente a falsa esperança de que "dessa vez vai mudar".
- Golpes aplicados por WhatsApp cresceram 189%
- Estelionato romântico online dobrou
- Vazamento de nudes sem consentimento aumentou 75%
E tem mais: os idosos viraram alvo preferencial. Golpes contra aposentados subiram assustadores 320%. "É a combinação perfeita: vulnerabilidade emocional e desconhecimento tecnológico", lamenta a delegada Helena Fernandes.
O que fazer?
Especialistas sugerem algumas medidas urgentes:
- Capacitação digital para todas as idades
- Campanhas de conscientização sobre golpes virtuais
- Fortalecimento das delegacias especializadas
- Canais de denúncia mais acessíveis
No fim das contas, a segurança pública nunca foi tão... complexa. Se antes o perigo estava na esquina escura, hoje ele pode estar no seu celular — ou no quarto ao lado.