
Era para ser um dia comum—desses que a gente leva o bichinho para tomar um banho, cortar aqueles pelos que não param de crescer. Mas o que aconteceu na última quarta-feira, no estacionamento de um pet shop em Praia Grande, foi de cortar o coração. Um Pit Bull, solto e sem focinheira, atacou brutalmente um Poodle que estava com sua dona, levando o pequeno à morte.
A cena—caótica, desesperadora—se desenrolou rápido demais para quem estava lá. A dona do Poodle, uma senhora que prefere não se identificar, mal teve tempo de reagir. O Pit Bull avançou com uma força assustadora, pegando o menor pelo pescoço. Gritos, correria, uma confusão danada. E no meio disso tudo, uma vida se esvaindo.
Um dono devastado e a pergunta que não cala
O proprietário do Poodle—vamos chamá-lo de Carlos, porque ele realmente não quer exposição—está arrasado. "Era como um filho pra gente", disse, com a voz embargada. "Quem tem animal sabe: é membro da família." Ele me contou, ainda em choque, que o Pit Bull já tinha histórico de agressividade. Mas ali, solto, sem qualquer controle… foi uma combinação fatal.
E aí vem aquela pergunta que todo mundo faz depois de uma tragédia evitável: onde estava o dono do Pit Bull? Pois é—ele fugiu. Deixou o animal e sumiu no mundo, sem prestar socorro, sem assumir a responsabilidade. Covardia? No mínimo.
Além da dor: a questão legal
O caso já está nas mãos da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande. E olha, não vai ficar por isso mesmo. Crime ambiental—sim, maus-tratos e abandono de animal são crimes—e ainda por cima, o dono pode responder por danos morais. A lei é clara: quem cria animal perigoso tem obrigação de controlá-lo. Focinheira não é opção—é necessidade.
E não é a primeira vez que algo assim acontece. Só neste ano, vários casos de ataques envolvendo cães de grande porte foram registrados na Baixada Santista. A falta de cuidado, a negligência… é uma roleta-russa que ninguém deveria apostar.
E o Pit Bull?
O animal agressor foi levado para o Centro de Controle de Zoonoses. Lá, vai passar por avaliação—vai ver se tem raiva, comportamento—e ficará sob observação. Não é culpa dele, claro. Ele é o que humanos fizeram dele: vítima de criação irresponsável, talvez.
Mas a dona do Poodle—coitada—não quer vingança. Quer justiça. "Não quero que sacrifiquem o cão", ela disse. "Quero que o dono pague pelo que fez."
Um alerta que não pode ser ignorado
Esse caso deveria servir de lição para todos que têm cães—especialmente os de porte grande ou com potencial agressivo. Focinheira não é frescura. Coleira não é enfeite. É obrigação moral, legal—e humana.
Porque no fim, quem paga o preço são sempre os que não têm voz: os animais. Seja o Poodle, que perdeu a vida, ou o Pit Bull, que agora pode ser sacrificado por negligência alheia. Uma tragédia anunciada—e totalmente evitável.