
Numa cena que corta o coração, dois cachorros foram resgatados em Pirapozinho — esqueléticos, com as costelas saltando sob a pele. A imagem é daquelas que não saem da cabeça. E o pior? A tutora, quando questionada, só conseguiu murmurar uma justificativa que deixou todo mundo com um nó na garganta: "Não tenho como cuidar".
Segundo relatos, os animais estavam tão fracos que mal conseguiam se manter em pé. Dá pra acreditar? Num país onde todo mundo sabe que cachorro é quase um membro da família, essa história chega a doer. Os vizinhos — esses sim, verdadeiros anjos — não aguentaram ver aquilo e acionaram as autoridades.
O outro lado da moeda
Agora, vamos ser justos — a vida prega peças. A tutora, uma mulher que parece ter passado por cada aperto, contou que os problemas financeiros a deixaram encurralada. "Eu mesma tô comendo o que Deus me dá", teria dito, segundo testemunhas. Difícil julgar, não é? Mas também é difícil engolir que ninguém tenha estendido a mão antes da situação chegar a esse extremo.
Os animais, por sorte, já estão recebendo cuidados veterinários. E olha só o paradoxo: enquanto uns não têm nem o que comer, outros se mobilizam para ajudar. Uma clínica local assumiu os tratamentos — injetáveis, vitaminas, aquele cuidado que devia ser direito básico de todo bicho.
E agora, José?
O caso escancara uma discussão que muita gente prefere ignorar: até onde vai a responsabilidade de quem pega um animal pra criar? Será que falta informação? Falta ajuda? Ou falta, simplesmente, um pingo de humanidade?
Enquanto isso, os dois vira-latas — que ainda nem têm nome — começam a recuperar o peso perdido. E a gente fica aqui pensando: quantos outros estão por aí, invisíveis, esperando um milagre?