
O que está acontecendo por trás dos muros da Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas? A pergunta ecoa pela cidade — e a resposta, francamente, é de cortar o coração. Só neste ano, duzentos e quarenta cães foram sacrificados. Isso mesmo: 240 vidas perdidas em apenas oito meses.
Uma verdadeira hecatombe silenciosa — e que, pasmem, segue praticamente invisível para a maioria das pessoas.
Os números que ninguém quer ver
A delegada Gabriela Borba, titular da Delegacia de Proteção Animal de Canoas, não mediu palavras. Classificou a situação como uma "matança desmedida". E olha, os dados parecem mesmo não fechar. Como justificar tantas eutanásias? Que critérios estão sendo usados? São perguntas que ainda esperam respostas convincentes.
E não para por aí. A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar a conduta dos servidores — e, cá entre nós, a coisa parece séria. Muito séria.
Do outro lado: a defesa da secretaria
Agora, é justo ouvir o lado deles. A Secretaria de Bem-Estar Animal se defende. Diz que todos os procedimentos seguiram protocolos sanitários e legais. Alegam que os animais sacrificados estavam doentes, agressivos ou em estado irreversível de sofrimento.
Mas será mesmo? A delegada Borba contesta. Afirma, com todas as letras, que muitos cães sacrificados estavam saudáveis — e poderiam, sim, ter sido adotados. Uma contradição grave, pra não dizer suspeita.
O que diz a lei — e o que deveria dizer o coração
Do ponto de vista legal, a eutanásia é permitida em casos extremos. Mas ela deve ser o último recurso, não a primeira opção. O que parece estar acontecendo em Canoas — pelo menos na visão da investigação — é uma inversão perigosa dessa lógica.
E aí, me digam: será que estamos normalizando o inaceitável? Como sociedade, estamos mesmo dispostos a aceitar que centenas de animais sejam sacrificados sem um debate transparente?
E agora? O que esperar
O caso segue sob investigação. A expectativa é que nos próximos dias sejam feitas novas oitivas e cruzamentos de documentos. A verdade — espera-se — vai vir à tona.
Enquanto isso, a pergunta que fica é uma só: quantos mais vão morrer antes que algo mude?