Operação na Mangueira: COE e BOPE Enfrentam Muralha de Fogo e Barricadas em Confronto Intenso
Operação na Mangueira: COE e BOPE enfrentam fogo e bloqueios

O que era pra ser mais uma manhã de sexta-feira no Rio virou um verdadeiro inferno na Mangueira. Logo cedo, por volta das 6h, os moradores acordaram com um barulho ensurdecedor — e não era samba, não. Era o ronco dos blindados do BOPE e das viaturas do COE adentrando as vielas do complexo.

E aí, é claro, a reação foi imediata. Não deu cinco minutos e as ruas principais já estavam cortadas. Não era aquela coisa meia-boca, não. Eles montaram uma muralha digna de filme apocalíptico: pneus velhos, sofás, restos de construção e o que mais encontraram pela frente, tudo devidamente incendiado. A fumaça preta subia tanto que dava pra ver de longe, um sinal claro de que a coisa ia ficar feia.

E ficou. Os agentes, que já estavam ali com um esquema tático bem armado, se viram encurralados entre as labaredas e os tiros — que vinham de todos os lados, literalmente. De dentro das casas, dos becos, dos telhados. Um verdadeiro campo minado urbano.

Bloqueios Estratégicos ou Puro Desespero?

Os bloqueios não foram aleatórios. Quem conhece a região sabe que controlar as saídas é tão importante quanto dominar o território. Eles fecharam acessos cruciais, como a Rua São Miguel e partes da Avenida Bartolomeu de Gusmão, complicando ainda mais a vida de quem precisava passar por ali — e, é claro, a dos próprios policiais.

Teve hora que a situação ficou tão crítica que o Corpo de Bombeiros precisou ser acionado. Mas adianta chegar com o caminhão pipa se os tiros não deixam ninguém se aproximar? Difícil, muito difícil.

E os Moradores?

Ah, os moradores... esses, como sempre, foram os que mais sofreram. Muitos nem saíram de casa, com medo de levar um tiro perdido — ou não tão perdido assim. Outros, mais experientes, já sabiam o protocolo: fechar janelas, deitar no chão e rezar. Sim, rezar. Porque quando o conflito explode dessa forma, ninguém é dono de nada, nem da própria sorte.

Não há confirmação oficial de feridos, mas é difícil acreditar que uma operação dessa magnitude — e com tanto poder de fogo — não tenha deixado marcas. Seja nas paredes, nas ruas ou nas pessoas.

A operação seguiu por horas, com momentos de tensão máxima e outros de aparente calmaria — que, no fundo, era só a trégua pra recarregar as armas. Ao final, o saldo foi de vários suspeitos detidos e uma apreensão considerável de drogas e armamentos. Mas e aí? Valeu a pena? A pergunta, como sempre, fica no ar — assim como a fumaça que ainda pairou sobre a comunidade por boa parte do dia.

Uma coisa é certa: enquanto não houver uma política de segurança que vá além da força bruta, cenas como essa vão continuar se repetindo. E aí, quem paga o pato — como sempre — é quem menos pode.