
Não é a primeira vez — e, pelo visto, não será a última. Na ocupação Izidora, região metropolitana de Belo Horizonte, o cenário se repete: casas reduzidas a escombros, famílias desesperadas e aquele gosto amargo de injustiça. Desta vez, as máquinas chegaram sem aviso, sem ordem judicial, sem piedade.
"A gente viu o teto desabar em minutos", conta uma moradora que prefere não se identificar. "Nem meus remédios consegui pegar." O desabafo ecoa entre os vizinhos, que já enfrentaram situação similar em 2022. Coincidência? Difícil acreditar.
O que diz a lei?
Especialistas em direito urbanístico são claros: demolir sem mandado judicial configura arbitrariedade. Mesmo em áreas de disputa fundiária, existem protocolos — que, aparentemente, foram ignorados com maestria.
- Falta de notificação prévia às famílias
- Ausência de alternativa habitacional
- Destruição de pertences pessoais
Não é só sobre tijolos. Documentos, móveis, memórias — tudo virou pó. E o pior? A defensoria pública alega que sequer foi comunicada sobre a ação.
E agora, José?
Enquanto a prefeitura se esquiva de comentários detalhados (surpresa!), os moradores se organizam. Coletivos de direitos humanos já estão mapeando os estragos e preparando medidas judiciais. Será que desta vez a justiça chegará a tempo?
Uma coisa é certa: a comunidade não vai baixar a cabeça. "Estamos há oito anos aqui, não somos invasores", dispara um líder comunitário. O clima? De revolta, mas também de resistência que teima em não se calar.