
Enquanto a prefeitura ainda debate os rumos daquela região, uma coisa é certa: a fome não espera. E os restaurantes do Anel de Contorno de Feira de Santana parecem saber disso muito bem. Nesta terça-feira (26), o movimento seguia absolutamente normal — talvez até mais movimentado que o habitual —, com clientes entrando e saindo sem dar muita bola para o imbróglio fundiário que ronda o local.
Pratos saindo quentes da cozinha, mesas ocupadas, garçons circulando. A cena era de total normalidade, um verdadeiro contraste com a tensão jurídica que paira no ar. A verdade é que o cidadão comum, aquele que só quer almoçar em paz, pouco se importa com questões de terra e papelada. O que importa mesmo é o tempero da comida e o preço justo.
O que diz a prefeitura? Bom, aí a coisa muda de figura.
Segundo a gestão municipal, a área — sim, toda aquela extensão do contorno — é pública. Um patrimônio do município que, de repente, se viu ocupado por estabelecimentos privados. Eles afirmam, com certa dose de preocupação, que não há nenhum tipo de autorização oficial para o funcionamento desses comércios. Nada. Zero.
Mas espera aí. Se não há autorização, por que tudo continua aberto? A resposta é mais complexa do que parece. A prefeitura admite: ainda não há uma operação de fiscalização dura, do tipo chegar fechando tudo. Eles estão num momento de… digamos, “estudo”. Analisando a melhor forma de resolver essa situação delicada, que envolve direitos, históricos e, claro, muitos empregos.
É aquela velha história: de um lado, a lei, seca e clara. Do outro, a realidade, cheia de nuances e pessoas. Os proprietários dos restaurantes, coitados, devem estar com os nervos à flor da pele. Imagina investir seu dinheiro, seu suor, num negócio que, de uma hora para outra, pode ser considerado irregular? É de apertar o coração.
E os clientes? Esses parecem viver em um universo paralelo, alheios à disputa silenciosa. Para quem chega a procura de um prato feito, um lanche ou um café, o importante é que as portas estejam abertas. O resto? O resto é problema dos outros.
Por enquanto, a ordem é de observação. A prefeitura não emitiu nenhum ultimato, nenhum prazo final. A bola está com o poder público, que precisa decidir como equilibrar a rigidez da lei com o impacto social de uma eventual interdição. Enquanto isso, a vida — e os negócios — seguem seu ritmo acelerado no Anel de Contorno.