Quem diria que o velho e sempre imponente Rio Piracicaba chegaria a esse ponto. A situação, pra ser bem sincero, é de cortar o coração. Aquele curso d'água que já foi sinônimo de vida, história e renda para tantas famílias agora mal consegue carregar uma canoa.
Pois é, a falta de chuva — daquelas de encher o olho e o leito do rio — fez a vazão despencar de um jeito assustador. Tão baixa que, pela segurança de todos, os famosos passeios de barco turístico simplesmente não podem mais acontecer. Uma empresa, que há anos mantém essa tradição viva, teve que cancelar tudo. Indefinidamente.
O Silêncio Onde Antes Havia Alegria
O cais, que normalmente é um burburinho de turistas ansiosos pela selfie com o cenário deslumbrante das corredeiras, agora está estranhamente quieto. Um silêncio que pesa. Os barcos, parados, balançam levemente em um volume de água que beira o irrisório. É um cenário que eu, particularmente, nunca imaginei ver.
Não é exagero chamar de crise. A economia local, que gira em torno desse fluxo de visitantes, levou um golpe duro. Restaurantes, artesãos, guias turísticos... toda uma cadeia sente o baque quando o rio decide dar uma dessas. E olha, a culpa não é dele.
Além do Prejuízo Imediato
O problema, claro, vai muito além do cancelamento de um passeio. É ambiental, é social, é de planejamento urbano. A gente fica se perguntando: até quando? O que mais precisa acontecer para levarmos a sério a discussão sobre preservação e uso racional da água?
Especialistas — e qualquer pessoa com um pingo de observação — já vinham alertando sobre a degradação gradual do rio. A seca atual é apenas o capítulo mais dramático de uma história longa e negligenciada. Um alerta vermelho que não podemos ignorar.
Enquanto as nuvens não se resolvem a dar uma ajuda, a cidade precisa se virar. A esperança é que essa situação sirva, finalmente, como um wake-up call. Um chamado para ações concretas de revitalização, antes que o cartão-postal mais famoso da região vire apenas uma lembrança em fotos antigas.
