Rio Branco em estado de emergência: seca histórica no Rio Acre deixa população em alerta
Rio Branco decreta emergência por seca histórica no Rio Acre

Não é exagero dizer que o coração do Acre está secando. Literalmente. O Rio Acre, que corta a capital Rio Branco como uma veia vital, está tão baixo que parece mais um fio de água esquecido no meio da floresta. E a coisa é séria – tão séria que a prefeitura acabou de decretar situação de emergência.

Quem passa pela orla hoje dificilmente reconhece o cenário. Onde antes havia água, agora só sobram bancos de areia e pedras expostas. "Parece um deserto", comenta um ribeirinho enquanto aponta para o que restou do rio. E ele não está exagerando – o nível está 40% abaixo da média histórica para agosto.

O que isso significa na prática?

Bom, para começar:

  • Racionamento de água já começou em alguns bairros
  • Navegação comercial praticamente paralisada
  • Risco iminente para a fauna aquática
  • Prejuízos econômicos que beiram os R$ 2 milhões só esta semana

E olha que o pior pode estar por vir. Os meteorologistas – esses profetas modernos do clima – não veem sinais de chuva significativa para os próximos 15 dias. "É como se a natureza tivesse esquecido daqui", brinca um técnico da Defesa Civil, sem muita graça no olhar.

Medidas emergenciais (e algumas polêmicas)

A prefeitura está correndo contra o relógio. Entre as ações anunciadas:

  1. Distribuição emergencial de água potável
  2. Poços artesianos sendo perfurados às pressas
  3. Fiscalização redobrada no uso comercial da água
  4. Campanha de conscientização (que, convenhamos, chega um tanto tarde)

Mas nem tudo são flores – ou melhor, nem tudo são gotas d'água. Alguns moradores reclamam que as medidas são "pouco e tarde", enquanto especialistas apontam que o problema é crônico e vai muito além de uma temporada seca.

"Isso aqui não é só falta de chuva", diz uma bióloga local enquanto examina o leito seco. "É o resultado de anos de desmatamento, mudanças climáticas e má gestão dos recursos." Palavras duras, mas que ecoam entre quem acompanha de perto a situação.

Enquanto isso, a população tira água de onde pode – alguns literalmente cavando pequenos poços na margem do rio. Cena medieval? Talvez. Necessidade imediata? Com certeza.