Quadriciclos na Faixa de Areia: Ameaça à Tranquilidade da Lagoa de Cima em Campos
Quadriciclos irregularmente na Lagoa de Cima em Campos

Era para ser um refúgio de paz, mas a cena que se repete na Lagoa de Cima, em Campos, está longe da tranquilidade esperada. Quadriciclos e outros veículos motorizados transformaram a faixa de areia numa espécie de pista improvisada – e olha que isso não é nada recente, viu?

Os moradores da região, cansados de ver a paisagem ser invadida por esses barulhentos visitantes, resolveram botar a boca no trombone. "É todo fim de semana a mesma baderna", desabafa um morador que prefere não se identificar, com medo de represálias. "As famílias que vêm para curtir um momento de sossego saem frustradas."

O que diz a lei – e por que ninguém parece ligar

Aqui vai o que mais revolta: a prática é expressamente proibida pelo Código Municipal de Meio Ambiente. Sim, você leu certo – existe uma lei que deveria proteger o local, mas parece ter virado letra morta. A circulação de qualquer veículo automotor em áreas de preservação permanente, como é o caso das faixas de areia, configura infração ambiental gravíssima.

E as multas? Podem chegar a valores bem salgados, mas a grande questão que fica no ar é: onde está a fiscalização? Os próprios frequentadores do local relatam que raramente veem agentes públicos atuando para coibir esses abusos.

Além do barulho: os danos invisíveis

O problema vai muito além da simples perturbação do sossego. Esses veículos pesados – sim, quadriciclos são pesados para o ecossistema frágil da lagoa – causam:

  • Compactação do solo, que prejudica a vegetação nativa
  • Assoreamento da lagoa, com consequências diretas na qualidade da água
  • Perturbação da fauna local, que foge do barulho constante
  • Risco real de acidentes com banhistas desprevenidos

Parece exagero? Quem conhece o local sabe que não é. A Lagoa de Cima é um patrimônio natural que merece cuidado, não uma pista de corrida.

E agora, o que fazer?

Enquanto os órgãos responsáveis não tomam uma atitude mais enérgica, a população se vê numa situação complicada. Alguns tentam conversar com os condutores dos veículos, outros simplesmente desistem de frequentar o local aos fins de semana.

Resta a pergunta que não quer calar: até quando um dos cartões-postais naturais de Campos vai ficar refém da impunidade? A beleza da Lagoa de Cima merece mais respeito – e os cidadãos, mais qualidade de vida.