
Pois é, a situação em Roraima anda mesmo complicada — e uma operação de peso acabou de mostrar a seriedade do problema. Nesta sexta-feira (21), uma força-tarefa da Polícia Federal, com apoio do Exército e da Força Aérea, botou o pé no chão e no ar para desarticular uma rede de abastecimento a garimpos ilegais. Três pessoas foram presas, e dois aviões, usados pra levar mantimentos e combustível pra essas áreas, simplesmente viraram história.
Não foi pouco não. A operação, batizada de “Omerta”, mexeu com estruturas que sustentam a mineração clandestina na Terra Indígena Yanomami e arredores. Dois aviões modelo Cessna 210, adaptados pra pousos em pistas irregulares — do tipo “quase um milagre” —, foram localizados e inutilizados. A ordem era clara: impedir que voltassem a voar.
Mas não parou por aí. Os agentes apreenderam ainda quase 3 mil litros de combustível, itens de logística e documentos que devem ajudar a puxar o fio dessa meada toda. A investigação, que já rola há meses, aponta que os detidos faziam parte de uma organização criminosa especializada em abastecer garimpos — inclusive em áreas de proteção.
E olha, a coisa é séria. Esse tipo de atividade não só destrói o meio ambiente, como explora trabalho análogo ao escravo e ameaça comunidades indígenas. Roraima virou, infelizmente, um palco frequente desse embate entre legalidade e crime organizado.
Pra quem acompanha de longe, pode parecer só mais uma operação. Mas a verdade é que cada aeronave tirada de circulação, cada combustível apreendido, significa menos um dia de destruição na Amazônia. E isso, convenhamos, já é um alívio.
Agora, o que vem pela frente? As investigações continuam — e tudo indica que mais nomes podem surgir. A PF já adiantou que vai atrás de todos os envolvidos na cadeia logística. Porque, no fim das contas, combater garimpo ilegal não é só prender quem cava. É cortar o fluxo que mantém essa máquina running.