Meia Tonelada de Resíduos: O Legado das Chuvas Intensas em um Córrego de Mogi das Cruzes
Meia tonelada de lixo retirada de córrego em Mogi

Parece que a natureza decidiu fazer uma faxina às avessas em Mogi das Cruzes. Após aquelas chuvas que caíram com vontade no último domingo – daquelas que fazem você repensar se deveria ter investido numa arca –, o cenário que se revelou num córrego da Vila Jundiaí foi, para ser direto, de cortar o coração.

Dá para acreditar que retiraram meia tonelada de lixo dali? Isso mesmo, quinhentos quilos de detritos que não deveriam estar nem perto da água. A operação, que foi um verdadeiro trabalho de formiga – só que com máquinas e gente dedicada –, aconteceu na altura do número 500 da Avenida Francisco Rodrigues Filho.

E o que tinha nesse montante todo? Você nem imagina. De tudo um pouco: plástico que teima em não desaparecer, entulho de construção que alguém jogou sem pensar duas vezes, móveis que já viram dias melhores e até – pasmem – componentes eletrônicos que encontraram um fim triste e errado. Uma miscelânea do que há de pior nas nossas escolhas de descarte.

Um Problema que se Repete

O pior de tudo – e isso é de deixar qualquer um com os cabelos em pé – é que essa não é a primeira vez. Longe disso. Os agentes da Defesa Civil, esses heróis anônimos que a gente só lembra na hora do aperto, já conhecem bem esse trecho do córrego. É uma espécie de ponto de encontro indesejado para o lixo que a chuva carrega.

Pensando bem, é um ciclo bem deprimente: chove forte, a água sobe, arrasta tudo que encontra pela frente – incluindo o que não deveria estar lá – e deposita nesse local. Aí entra a equipe para fazer a parte dura, limpando tudo. Só para, na próxima tempestade, o processo se repetir. Uma guerra de Sísifo moderna e bem suja.

Além da Limpeza: Avisos que Precisam Ser Ouvidos

Enquanto a equipe sujava as botas – literalmente – no trabalho pesado, a Defesa Civil também espalhava alertas pela cidade. E não eram avisos qualquer: com o solo já encharcado, o risco de deslizamentos em áreas de encosta virou uma preocupação real e urgente.

As recomendações são aquelas que a gente sabe de cor, mas sempre custa seguir:

  • Evitar como a peste se aproximar de córregos e rios quando o céu escurecer;
  • Ficar longe de áreas que têm histórico de alagamento – não dá para arriscar;
  • E, talvez o mais importante, não jogar lixo em lugares inadequados. Parece óbvio, mas meio tonelada de resíduos prova que não é.

No fim das contas, essa operação de limpeza serve como um lembrete gritante. Um daqueles que a gente preferia não receber. O problema não é só a chuva, que é natural. O verdadeiro entrave somos nós, e o jeito descuidado como lidamos com nossos resíduos. A conta, invariavelmente, acaba chegando – e transbordando.