Madeira em Tora Impulsiona Extração no Acre: Setor Cresce 18% e Bate R$ 1,15 Bilhão em 2024
Extrativismo no Acre cresce 18% e soma R$ 1,15 bi em 2024

O ano de 2024 pintou um cenário mais que positivo para a economia verde do Acre – e o grande protagonista, que nem todos esperavam com tanta força, foi a velha e boa madeira em tora. Os números divulgados pelo IBGE são categóricos: o extrativismo vegetal no estado deu um salto robusto de 18% no valor de produção, alcançando a marca histórica de R$ 1,15 bilhão. Um desempenho, diga-se de passagem, que joga luz sobre a complexa relação entre desenvolvimento e conservação na Amazônia.

Não foi um crescimento qualquer. Enquanto a produção nacional de madeira sentiu o baque, recuando 4,3%, o Acre segurou a ponta e mostrou serviço. O estado foi, disparado, o maior produtor do Norte e o quarto colocado no ranking nacional. Quem diria, hein? Isso representa uma fatia de 8,5% de tudo que foi produzido no país nesse segmento.

O Peso da Madeira na Balança Comercial do Estado

Dá para acreditar que, sozinha, a madeira em tora respondeu por impressionantes 84,5% de todo o valor da produção extrativista acreana? Isso mesmo, nada menos que R$ 979,3 milhões saíram diretamente dessa atividade. Os outros produtos da floresta – como o açaí, a castanha e látex –, embora importantes, somaram juntos R$ 179,5 milhões. A diferença é abismal e revela onde está o motor econômico do momento.

E olha só que curioso: mesmo com toda a conversa sobre produtos sustentáveis, foi o tradicionalíssimo corte de madeira que carregou o piano nas costas. Isso não significa, claro, que os outros sejam irrelevantes. Longe disso. Mas é inegável que a escala e o valor de mercado da madeira ainda ditam o ritmo por lá.

E o Resto do Brasil? Como Ficou?

Bom, enquanto o Acre celebrava seu crescimento de dois dígitos, o panorama nacional foi um pouco mais cinza. No geral, o extrativismo vegetal brasileiro encolheu 2,9% em 2024. A queda foi puxada justamente pela madeira (-4,3%), que ainda assim segue sendo o carro-chefe absoluto, respondendo por 74,5% do valor total do setor no país.

Os estados da Região Norte continuam dominando o cenário, com Pará, Amazonas e Rondônia nas primeiras posições – e o Acre agora se consolidando nesse grupo seleto. Parece que a velha máxima de que a economia da região ainda gira em torno dos recursos naturais se mantém mais viva do que nunca.

Os números estão aí. Eles contam uma história de crescimento econômico impulsionado pela floresta, mas também acendem um sinal de alerta sobre os caminhos desse desenvolvimento. O desafio, como sempre, é equilibrar o ganho financeiro imediato com a preservação do patrimônio natural para as futuras gerações. O Acre, definitivamente, virou um caso para se acompanhar de perto.