
Parece que a história se repete - e dessa vez com números que assustam. O famigerado Sistema Cantareira, aquele mesmo que nos deixou de cabelo em pé em 2014, acaba de bater um recorde nada glorioso: seus reservatórios estão operando com apenas 30,3% da capacidade total. A gente não via números tão baixos para o mês de setembro desde... bem, desde 2015!
E olha que setembro costuma ser aquele mês de respiro, quando as chuvas começam a dar as caras e a situação melhora. Só que este ano, a natureza resolveu pregar uma peça. As precipitações simplesmente não apareceram como esperado, deixando os técnicos da Sabesp com a pulga atrás da orelha.
Um fantasma familiar assombra São Paulo
Quem viveu a crise de 2014 sabe exatamente do que estou falando. Aquela sensação de abrir a torneira e não saber se sairia água. O desespero de ver os reservatórios minguando dia após dia. Pois é, meus amigos - o pesadelo pode estar prestes a repetir.
Os dados são claros e crus: estamos com volume 15 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. E pior - bem abaixo da média histórica para setembro, que gira em torno de 50%. É como se o sistema estivesse sangrando água e ninguém conseguisse estancar o ferimento.
O que dizem os especialistas?
"A situação é preocupante, mas ainda não chegamos ao nível de desespero", me confessou um engenheiro hidrólogo que preferiu não se identificar. Ele explica que outubro e novembro serão decisivos: "Se as chuvas não vierem com força suficiente, vamos entrar em 2026 no modo emergência".
Outros especialistas são mais diretos: é hora de apertar os cintos (e as torneiras). O consumo precisa cair, e rápido. A Sabesp já está com o dedo no gatilho para implementar medidas mais drásticas, incluindo aquele palavrão que ninguém quer ouvir: racionamento.
E o que nós, meros mortais, podemos fazer?
- Reduzir o tempo no banho (sim, aquele chuveirada de 30 minutos precisa acabar)
- Reaproveitar água da máquina de lavar para limpeza
- Fechar a torneira ao escovar os dentes - algo que muita gente ainda teima em não fazer
- Consertar vazamentos imediatamente (uma torneira pingando pode desperdiçar 46 litros por dia!)
O tempo é de colaboração, não de pânico. A crise hídrica é um daqueles problemas que não escolhe vítimas - ricos, pobres, todos sentem no mesmo peso quando a torneira seca.
Resta torcer - e muito - para que as nuvens decidam colaborar nos próximos meses. Porque se depender apenas dos reservatórios atuais, São Paulo pode estar prestes a reviver um de seus capítulos mais sombrios.