
A preparação de Belém para sediar a COP30 em 2025 ganhou um capítulo inesperado: a instalação de árvores artificiais em pontos estratégicos da cidade. A iniciativa, que deveria simbolizar o compromisso com o meio ambiente, acabou virando alvo de críticas por usar materiais sintéticos em vez de vegetação natural.
O que são essas "árvores"?
As estruturas metálicas revestidas de plástico, com até 6 metros de altura, foram colocadas em áreas como a Avenida Nazaré e o Entorno do Hangar. A prefeitura alega que são "elementos cenográficos temporários" para embelezar a cidade durante o período de eventos preparatórios.
As justificativas oficiais
- Adaptação ao solo instável de áreas urbanizadas
- Baixa manutenção comparada a árvores reais
- Resistência ao vandalismo
- Possibilidade de reutilização em outros eventos
As críticas
Ambientalistas e arquitetos urbanos questionam:
- A contradição de usar plástico num evento sobre sustentabilidade
- O custo estimado em R$ 800 mil para 30 unidades
- A falta de consulta pública sobre o projeto
- O impacto térmico (o plástico aquece mais que folhagens naturais)
O que dizem os especialistas?
"É uma solução estética que ignora a função ecológica das árvores", afirma a bióloga Ana Claudia Silva, pesquisadora da UFPA. Já o secretário municipal de Meio Ambiente, José Sampaio, defende: "São complementos à arborização real, que continua sendo nossa prioridade".